“LINHA IMAGINÁRIA”
De nordeste a nordeste, eu arrisco dizer, e creio, que existe um povo no mínimo, diferente.
Um povo que ri demais, (apesar da dor que lhe é imposta pelas mudanças climáticas), sente e até chora com os sofrimentos alheios, por ser tão humano e compreendedor de dores fartas, desde os tempos da fundação da sua existência nesse pedaço separado de Brasil.
Nordeste que perpassa as dificuldades, discriminações, acepções de outros povos mesmo dentro da mesma federação.
Ao ser visitado, estende o tapete vermelho do sorriso traduzindo boas vindas até para quem não entende uma só palavra, desse sotaque carregado de sabedoria, fé crença e alegrias. A simplicidade dos gestos, a falta da tão exigida pressa, (por aqueles que não respeitam a sua malemolência), e isso Culturalmente já vêm de berço, é o que o faz ser assim, um tanto quanto diferente.
Na canção de Dorival Caymmi (saudoso compositor e cantor baiano), essa particularidade se faz presente por entre seus versos, acentuando a forma comportamental do baiano.
Aliás, não pense apressar um baiano, pois ele com certeza lhe pedirá com um tom melódico na voz: TENHA PACIÊNCIA, VELHO, O Pernambucano lhe dirá: SE AVECHE NÃO.
Cada um dos nove estados tem suas particularidades comunicativas que os tornam totalmente diferente dos demais estados da federação. Isso é uma riqueza a parte de dialetos,sotaques e modo próprio de se comunicar, com toda espontaneidade adquirida de forma natural.
A primeira capital do Brasil faz divisa com vários outros estados:
Sergipe, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais e até com Brasília, expandindo ainda mais o conceito identitário variado, que vai se misturando e ganhando outra territorialidade linguística, sem perder o seu orgulho de pertencimento.
Nós somos todos irmãos, e o que simplesmente nos distingue nessa linha de demarcações, são os pontos cardeais que rotulam posições, numa nomenclatura regionalista, onde alguns querem sobrepor sua “superioridade territorial”, por estar em outra ponta desses ponteiros que direcionam essas separações de fronteiras, que não ficam apenas na visão de aprendizado mais comum, tipo: NORTE, SUL, LESTE E OESTE.
Temos o nordeste, noroeste, centro-oeste, sudeste, como forma integrante no giro da Rosa dos ventos. Não permitamos que a bussola dessa discriminação, nos distanciem.
A miscigenação, é publica e notória por todo o nordeste. Ha uma fusão de povos pertencentes a todas as regiões, que hoje fazem parte da população nordestina, pois resolveram vir para cá, fixaram residência e até mesmo instalaram suas empresas e prestam serviços daqui para o mundo.
É uma colcha de retalhos bem costurada, por mãos ALÉM NORDESTE, que encontraram aqui, a sua independência de vida, compartilhando com todos, o bem comum para a boa e triunfante convivência, em busca de sucesso, desenvolvimento, numa mistura cultural onde todos saem ganhando, face ao aprendizado coletivo, dividido entre todos.
Ba-Se-Al-Pe-Pb-Rn-Ce-Pi-Ma. Essas são as siglas dos nove estados que aceitam, recebem e acreditam, na parceria formada por muitos povos que por aqui chegam, desembarcando sonhos e lutas, numa busca de mudanças de vida.
Afora isso, temos o orgulho de receber irmãos de línguas estrangeiras de várias partes do mundo, que vêem aqui, as probabilidades de ótimos investimentos, e são muitos, os que por aqui chegam e não voltam mais, mas também, tem alguns que chegam e não conseguem se estabelecer, ou não vem com essa intenção e vão-se embora, mas guardam com muito carinho, o respeito por nossa gente tão acolhedora.
O meu nordeste, não é mais meu, sua bandeira tem muitas cores e símbolos homogeneizados com o mundo todo.
Sejam bem vindos á nossa terra, pois a sua terra, agora e por todo o sempre, será essa terra também.
O nordeste lhe abraça, pois nosso povo te ver como um irmão que por aqui chega e despeja suas malas na porta principal da nossa hospitaleira região.