LIVRE PENSAR

Com tantas distorções ocorridas, fica, hoje, um tanto difícil sustentar o papel do Estado no processo de desenvolvimento e de equilíbrio social. O liberalismo oferece contribuições apreciáveis e não pode ser combatido de plano. É preciso desmontar o Estado paquidérmico, burocrático, onipresente e a serviço de minorias. As empresas precisam de espaço para florescer, investir, prosperar, tanto quanto os indivíduos. Mas é impensável um país que se deixe regular apenas pelas forças de mercado. Em 2008, nos Estados Unidos da América, desde os esforços da “desregulamentação” da era Reagan, o que se viu foi lassidão de controles, especulação desenfreada, liberalidade sem freios e, finalmente, catástrofe econômica, que demandou a estatização do prejuízo e dos maus negócios de aventureiros. O povo, é claro, acabou sendo chamado a pagar uma conta astronômica e a sofrer o diabo, a começar pelo desemprego. Não é fácil encontrar o ponto de equilíbrio. No Brasil, a experiência estatal relativamente recente gerou um mar de corrupção e desperdício, que compromete as melhores intenções teóricas. Nem é preciso, creio, falar da falência dos muitos regimes socialistas tradicionais, que desabaram estrepitosamente. Temos de observar atentamente países como Inglaterra, Alemanha e os Escandinavos, por exemplo. Somos diferentes, sim, não estou alinhando planetas, mas é bom ficarmos ligados por representarem o Primeiro Mundo. De minha parte, creio na social-democracia como modelo ou proposta a perseguir, em que se combinam políticas sociais e liberdade, mas é coisa bem teórica, pressupondo governos sérios e democráticos. Aliás, seja você um liberal ou um social-democrata é importante saber que somente governos assim poderão assegurar o correto funcionamento das engrenagens. Pensar diferente é ilusão, seja bem mais à esquerda ou à direita. Mas a cogitação é livre. Como dizia Millor: “livre pensar é só pensar”. Não gostou? Escreve teu próprio texto e respeita minhas ideias, “s’il te plaît”!