BANRISUL

Embora seja possível o debate teórico sobre a pertinência de o BANRISUL continuar público, não dá para ignorar o plebiscito estabelecido na Constituição Estadual. Portanto, exercícios especulativos a esta altura, além de pouca viabilidade, afetam cotações de ações e prejudicam a instituição, já que, na verdade, não conduzirão a nada. A “privatização” indireta projetada, neste momento econômico ainda deprimido, só afetará o valor patrimonial do Banco, que, na realidade, é maior do que se divulga. Claro, se o Governo tivesse alcance para negociar com altos investidores chineses, por exemplo, que aceitassem a mantença do controle estatal, através de acordo de acionistas, e comprassem a totalidade das ações que se pretende alienar, talvez fossem obtidos aceitáveis números de negociação – o que não significa boa solução: é confusão que se projeta para o amanhã. Por outro lado, pensar que preço tão vil destina-se a cobrir despesas de custeio, notadamente a folha de pagamento, é de chorar. Não posso crer que o Governo não saiba a potência de que dispõe nas mãos. Aliás, gerir a mambembe máquina pública sem contar com um instrumento financeiro poderoso como é o Banrisul é brincar de ser governante. Seja como for, o momento econômico não é nada propício a aventuras no mercado.