Compartilhar
 
Não sou adepta às gastanças exacerbadas de final de ano, muito menos do velhinho, que rouba das criancinhas, no mundo imaginário das coca-colas. Repudio esse consumismo desenfreado, sacolas cheias, rostos vazios, olhares atentos às vitrines, desatentos a si mesmo e aos outros. A missa do Galo, num embalo suaviza, ameniza os corpos de almas ternas, singelas. Retornam às suas casas esperançosos ao dividir a ceia, teia de magos afagos.

Natal aproximando-se e o desejo de estar em um campo florido, amparada por uma daquelas frondosas árvores onde seus galhos seriam ornamentados pelo matiz dos pássaros entoando os mais belos hinos que uma manjedoura já se ouviu, doce Menino Jesus irradiando luz , perdoando a cruz!

Toalha sobre a relva sustentando singelos talheres , acompanhados da ceia feita com muito esmero, sem sofisticação, não há razão.
Vinho refletindo renovação, compaixão se sentados à nossa volta aqueles que fariam pares aos de Jesus convidados, amados!
Se o aniversariante é de uma simplicidade tamanha, não há razão para intensos estardalhaços, não agradariam ao Mestre, que numa prece transbordaria toda a rede, alimentado, afagando , sustentando corpo e alma em um só espírito, digna longevidade .

Caídos em armadilhas modernas, não diria eternas, o espírito natalino quiçá seja um dos combates mais tortuosos , conflito de um homem aflito que ansiaria como guia , Jesus e Maria no centro do Coliseu, afagando em colos seus. cristãos, judeus, ateus …


                                                      
                                                      
                                   
 
Rosa Alves
Enviado por Rosa Alves em 03/12/2017
Reeditado em 18/04/2021
Código do texto: T6188679
Classificação de conteúdo: seguro