NEM CHORO E NEM VELA
Ninguém pode invocar a SORTE para justificar insucessos profissionais. Sorte existe, sim, para alguns poucos predestinados ao jogo, à loteria, talvez – friso bem – TALVEZ, com relação a bons resultados nos amores e na criação de filhos. É fácil atribuir ao destino os resultados da ineficiência de nossas ações no decurso da vida, por mais que tenhamos amealhado conquistas. Claro, muita gente atingiu a Fortuna ou a Glória com a notória ajuda dos FADOS, não é espantoso. Quando eventualmente a gente pensa que talvez merecesse melhor sorte, geralmente a resposta é negativa. Colhemos aquilo que plantamos. Temos a mania de achar que fizemos muito, que fomos bons, esforçados, competentes, mas, se ficamos a reclamar, é sinal de que faltou alguma coisa, de que cometemos erros ou excessos. Isto é batata, como se dizia antigamente. Nada vem do nada. O ser humano é um eterno insatisfeito, esta ideia pode explicar muita coisa, mas, se você somou dois mais dois, não há como chegar a cinco ou a seis, matemática não é mágica. Então, honestamente, salvo em certos casos realmente complicados, não me sensibiliza o choro do inconformado sem mérito e sem grande esforço. Às vezes, nem é necessária uma jornada tão sacrificante, desde que a criatura sinta-se feliz no patamar alcançado, caso em que não ocorrerá choro e nem vela.