CINQUE TERRE

No dia 27 de junho, depois do café da manhã, deixamos o hotel para realizar passeio às Cinco Cidades ou Cinque Terre, pertencentes à Itália, denominadas: Riomaggiore, iniciada no Século XIII, cujo nome foi copiado do rio que serpenteia pelo vale; Manarola, existente a partir do Século XIV; Corniglia, de origem incerta, porém de existência anunciada desde a época medieval; Vernazza, uma das mais antigas das cidades, teria nascido no ano 1080; e Monterosso, tida, também, como uma das mais idosas entre as cinco, cuja existência é comprovada a partir do ano 1056.

As construções no alto dos montes, algumas com mais de cem metros acima do nível do mar, parecem cópia das casas edificadas nas favelas do Rio de Janeiro. A aparência acentua-se, também, no que respeita à distância entre um imóvel e outro. Muitas dessas casas são geminadas. Outra semelhança.

De táxi, fomos à zona litorânea, debaixo do sol escaldante. Andamos por algum tempo apreciando banhistas em praia onde pequeninas pedras substituem a areia, nossa conhecida em congêneres do litoral brasileiro.

Em seguida, alugamos novo táxi e fomos do extremo aonde nos encontrávamos a outro mais distante. Lá, adquirimos passagens para visitar, de barco, as chamadas Cinco Cidades.

Antes de iniciado o passeio às Cinque Terre, almoçamos em certo restaurante, apinhado de turistas. Resolvi comer frutos do mar. Os mexilhões, em prato bastante generoso, foram a minha desdita. Passei mal por toda à tarde daquele dia, sentindo-me bastante nauseado a bordo da embarcação que singrava as águas do golfo.

A Vânia ficou no interior da embarcação para apoiar-me em caso de necessidade. A digestão não se processava corretamente e isso prejudicou minha disposição recreativa. Márcia e Matilde ficaram na parte superior do barco, a céu aberto, abusando das máquinas fotográficas. E do sol escaldante. Registraram ao máximo o que vi de forma limitada. Naqueles instantes, minha visão encontrava-se parcialmente ofuscada pelo grande número de passageiros e, também, em decorrência do ambiente fechado. Vi a paisagem externa pelos vidros das janelas da embarcação.

As fotografias tiradas por Matilde e Márcia complementam o que apreciei parcimoniosamente. Ao reproduzir no capítulo do livro as fotos tiradas por elas, alivio-me do sentimento de culpa por não descrever a contento a paisagem do ambiente aquático e terrestre das Cinque Terre.

Aportamos de retorno ao passeio panorâmico às Cinco Cidades, ao final da tarde. Permanecemos por alguns instantes na praça localizada nas proximidades do porto. Nos pequenos intervalos que nos concedemos entre um sorvete e outro, fotografamos o panorama descortinado à nossa vista, com a avidez dos calouros do curso de jornalismo.

Retornamos ao hotel e, na manhã do dia seguinte, viajamos a Milão. O trem que nos transportou corria célere pelos trilhos da ferrovia, passando por diversos túneis, cavados na rocha. No itinerário, passamos por várias cidades, algumas bem próximas aos trilhos. As placas indicativas anunciavam Pavia, Tortona, Gênova... Enfim, Milão.

Que me desculpe o leitor pela curta narrativa. No livro que acabo de escrever sobre toda a viagem ao Arquipélago dos Açores, à Itália e à Espanha, intitulado Turismo – Um Ato de Amor ao Corpo, à Mente e ao Espírito, reproduzo fotografias coloridas que ilustram o que as poucas letras não conseguiram dizer. Não por culpa delas, mas, desse arremedo de cronista que sou.

Até a próxima crônica, pessoal! Ainda andaremos por muitos lugares, Firenze, Madrid, Segovia, Ávila, Toledo...