PATRIOTISMO
Sou cidadão do mundo tanto quanto sou terráqueo. Minha certidão de nascimento diz que sou brasileiro, gaúcho, nascido em Porto Alegre. Claro, para várias pessoas, isto pode não significar muito, eu respeito, afinal, a diferença nos exalta. Mas, para mim, a circunstância atesta, ao menos, parte de uma história importante de vida, raízes fundas, memórias, valores, princípios, família e amigos de muitos e muitos anos. Patriotismo é isto, sem ufanismo ou fantasia. É compromisso mínimo com o meio e com os Maiores que derramaram suor para irrigar o chão nativo e agreste. É compromisso com filhos e netos, colegas, amigos, parentes. Adoro a França, mas não vou comemorar o 14 de julho, ignorando o 7 ou o 20 de setembro. Não, não vou desfilar como nos tempos de primário e ginásio e não preciso soltar foguetes. Nem me pilchar na data magna farroupilha. Vou considerar dias importantes e lá por dentro aplaudir aqueles que os cultuam. Sem lágrimas ou “vivas”, apoiando os eventos patrióticos ou regionalistas, pois, neste mundo de exacerbado individualismo, vida fútil e de interesses materiais predatórios, tudo o que tem a marca de sadia manifestação cívica merece reverência.