HOMOSSEXUALISMO

Não recordo de qualquer momento de hostilidade, deboche ou rejeição a homossexuais, mesmo no passado distante, quando grassava o preconceito e o bullying. Sempre considerei essa questão distante da minha individualidade, mas sem força para sustentar qualquer tipo de desrespeito ou desconsideração. Enfim, o que desejo dizer é que este não é um assunto tabu e que não tenho preconceito. A questão que me ocorre analisar agora, pelas dimensões que vêm assumindo, é o homossexualismo feminino, seja o bissexualismo – parece que um pouco mais prestigiado e corrente - ou quaisquer outras variações revolucionárias de padrões biológicos ou de costumes. Bem, o gatilho desta crônica, escrita originalmente há algum tempo, foi o namoro assumido entre a comentarista de esportes da Globo, a bela Fernanda Gentil, com outra bela, de nascimento mineira e que vive, ou vivia, em Porto Alegre. Tenho lido tanto sobre casamentos e namoros entre mulheres, inclusive mães de família, antes casadas com parceiros masculinos, que sou forçado a concluir que o mundo está mesmo em transformação. Não me surpreenderia, a esta altura, que noticiassem que a Gisele Bündchen passou a namorar a Alessandra Ambrósio, que a Débora Seco anda de caso com a Carol Castro ou a Fátima Bernardes com a Glória Maria. Provocam-me eventualmente imagens entusiasmantes, dependendo da combinação dos pares, mas cultivo sentimentos de certa frustração sobre os destinos da humanidade. Tá certo, sou um dinossauro, faço parte de uma era diferente, ultrapassada, mas estou preocupado. Creio que é um direito que não me podem tolher. Que os casais sejam felizes, é claro, que ninguém mais precise ficar dentro do armário, mas se o ritmo aumentar e virar regra, vou ter de fazer uma reciclagem forte para as próximas festas, encontros e eventos da vida. Afinal, no meu tempo, a gente aprendia que um casal era formado por um homem e uma mulher, hoje, geralmente é assim, mas se multiplicam as variantes, que podem até lotar uma residência. Então, não é o caso de ser a favor ou contra, de considerar normal ou anormal, natural ou cultural. Sem discriminações ou preconceitos, faço forço para ter uma visão moderna. Gostaria demais de saber o que pensam as mulheres de hoje a respeito desta matéria que lhes toca e que tem adquirido enorme visibilidade na mídia, mas também no dia a dia. É coisa de curiosidade filosófica, que envolve um determinado grau de perplexidade. Sei que os mais jovens têm uma visão diferente e flexível, eu nasci nos anos 40, peço que me compreendam. Jamais me passaria pelo sentimento ou cabeça relacionar-me com alguém do mesmo sexo, manter vida conjugal, isto está para mim mais distante do que Saturno. Mas eu sou eu e não quero julgar ninguém por meus valores e modo de ser. Viver com uma mulher já não é fácil, com um homem, só num Octógono de MMA, em disputa de vida ou morte. Sei que a natureza e a sensibilidade da mulher é bem outra, mas vocês, amigas, casariam com uma parceira e cultivariam um belo, construtivo e longo idílio? Claro, claro, muitas já o fazem e são felizes, palmas para elas, que encontraram felicidade, a seu modo. Melhor do que reprimir e sofrer. Mas é uma tendência forte e irreversível? É moda, confusão de momento histórico, excessiva repercussão da mídia, vida louca? De verdade, só gostaria de saber, mas que cada um cuide de sua realização afetiva, não tenho nada a ver com isto.