O vizinho Misterioso

Na rua Santa Paz, todos que ali moravam se entendiam muito bem, um “se preocupava” com o outro. Todos os dias logo pela manhã, Dona Quitéria cumprimentava o Senhor Augusto que cumprimentava Dona Maria e assim todos se cumprimentavam.

Era um lugar onde todos viviam amigavelmente, até que um dia mudou-se para lá um homem magro, não muito alto, meio encurvado e usava sempre calça jeans . Um homem aparentemente pávido e só saía de sua casa quando estava à noite.

Dona Quitéria, como boa vizinha que era, espiava todas as noites o tal vizinho. Não se aguentava de tanta curiosidade, porque quando ele saia ao regressar trazia consigo um saco preto de plástico com algo dentro. Isso a deixava mais curiosa;pois queria saber o que ali havia. Então deduziu-se que o vizinho poderia ser um serial Killers e ali estariam corpos esquartejados.

Quitéria de tão preocupada com a segurança dos seus vizinhos, tratou logo de alertá-los quanto a sua suspeita e disse à vizinhança:

- Pessoal!

-Tenham muito cuidado com o novo vizinho!

-Porque tenho minhas suspeitas de que ele vem a ser um serial Killers.

-Ele só sai de casa à noite e quando volta, traz sempre um saco preto e parece que tem pessoas cortadas em pedacinhos.

-Tomem muito cuidados e tranquem bem suas portas!

Após alertar a vizinhança, Dona Quitéria continuou a espiar o tal vizinho e de repente uma ideia muito maluca lhe passou pela cabeça:

-Assim que ele sair vou até sua casa e vou descobrir onde estão os pobres pedaços mortais.

Não demorou muito, quando avistou de sua janela que o tal vizinho acabara de sair. Saiu correndo para a casa dele e ao chegar à porta, forçou-a tanto até que conseguira abrir.

Quando adentrou, ficou espantada com que vira. A casa era toda iluminada com luzes natalinas, nas janelas haviam enormes cortinas vermelhas de veludo que não permitia que a iluminação fosse visível à quem estava ao lado de fora. Havia também uma enorme árvore de Natal, pois já estavam no mês de Dezembro. Em volta da árvore havia muito, mas muitos presentes.

Dona Quitéria não conseguira acreditar no que estava diante dos seus olhos. Falou:

- Isso não pode ser! Vou procurar os restos mortais que ele trouxera todas as noites. Estava tão absolta em seus pensamentos que não vira que surgira uma sombra, a do tal vizinho. Quando virou-se, deparou com aquela figura com o tal saco nas costas.

Olhou-o espantada e em seguida tapou os olhos para não ver o que tinha no saco quando ele o pusera no chão.

E o tal vizinho perguntou a ela:

- O que fazes aqui?

Dona Quitéria não sabia o que responder e respondeu meio gaguejando:

-Notei que sempre regressa para esta casa com algo dentro do saco e o que me assombra é saber afinal o que trazes nele?

O Vizinho respondeu:

- Não é nada monstruoso minha senhora. São apenas presentes, pois todo ano uma antiga fábrica de brinquedos que funciona somente à noite, doa-os a mim, para que no Natal eu possa reunir toda a vizinhança, presentear às crianças e unir os adultos cada vez mais. Pois tenho a missão de não deixar o espirito do Natal morrer.

Débora Ananda
Enviado por Débora Ananda em 18/08/2017
Código do texto: T6087579
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