BONS AMIGOS
A gente luta, sofre e, finalmente, vence, no decurso de toda uma vida basicamente voltada a construir seu recanto de paz, com uma janela de felicidade. Para uns mais fácil, para outros mais difícil, é do jogo. Família sempre importante em tudo e seguidamente os amigos conferem decisivo apoio, de um jeito ou de outro. Mas este negócio de bom amigo tem de ser analisado com modos. Há parceiros, companheiros interessados, confidentes, divertidos, tudo muito bom, muito bem. Mas quantas pessoas você pode enumerar que, ao longo dos anos, estiveram efetivamente disponíveis, tanto ou mais que um irmão? Vou exemplificar. Se eu abro um negócio próspero, seguro e preciso de gente competente para me auxiliar, procuro um amigo, cujas qualidades reconheço, ou dou preferência a um parente próximo, que necessita de um empurrão, ou a uma namorada? Não vale aqui cogitar de aventura. É situação bem objetiva para avaliar a firmeza do vínculo supostamente fraternal. Se aparece oportunidade para adquirir bens bastante interessantes, a preços pra lá de bons ou para usufruir qualquer tipo de vantagem, priorizo parentes, colegas de trabalho, parceiros e afetos ocasionais, ou velhos amigos ainda em convívio? Uma afinidade circunstancial de hoje suplanta uma fidelidade de idos tempos? Eventualmente, pode ser difícil julgar, afinal, a vida é dinâmica, rica em diversidades e conveniências. Existem também amizades “adormecidas”. O relevante a concluir agora é que, se você precisa de um companheiro histórico e de fé, mas seu espaço junto a ele encolheu demais, amigo, amigo ele já deixou de ser. Quem sabe, uma boa recordação, mas cada um no seu quadrado. Em família, costuma-se ter mais atenção. Enfim, esta é uma consideração que não tem nada de pessoal, mas, acredito, merece reflexão, tantas queixas já ouvi.