AOS PÉS DAQUELA DEUSA

Creio que foi no alvorecer dos anos setenta que a descobri, quem sabe um pouco antes. No TEATRO LEOPOLDINA, em Porto Alegre, eu, nas primeiras filas. Era a peça teatral revolucionária HAIR. Nem lembro se sabia de antemão que iria acontecer a empolgante cena. De repente, aquela multidão de artistas completamente nus, mas eu notei apenas ela, novinha, viçosa, seios durinhos, corpo magro e delicioso, lindos pezinhos, pequena, sensual, deslumbrante, com todo aquele cabelão bem brasileiro, a poucos metros, olhar de Capitu, movimentos arrebatadores. SÔNIA BRAGA surgia para o estrelato definitivo e para povoar os sonhos eróticos de toda uma geração. Claro, fantasia pura. Escrevo isto enquanto ouço, pelo rádio, a música AQUARIUS, que me retempera e devolve ilusoriamente os vinte anos, mas, agora francamente, sou mais ALICE BRAGA, sua linda sobrinha.