MEU BRASIL BRASILEIRO

Engraçado, enquanto o aumento da minha aposentadoria complementar ao INSS alcançou algo como 2,55% ao ano, agora em julho, tanto quanto meus aluguéis terão reajustes ínfimos, já que inflação “despenca”, o Governo aumenta os impostos sobre combustíveis - que passam a subir descontroladamente - os restaurantes, espetáculos, roupas, remédios, eletrodomésticos, eletrônicos, móveis, objetos de decoração residencial, viagens (moeda estrangeira), condomínio, ou ficam mais caros ou não cedem os preços. Ademais, leio notícias de que o IPTU em Porto Alegre poderá aumentar entre 30 a 50 por cento nos próximos 3 anos e não há, no horizonte, perspectivas de uma justa correção nas deduções do Imposto de Renda da Pessoa Física. Se eu não houvesse compreendido bem as características políticas e econômicas brasileiras, teria sido muito difícil a aposentadoria plena. Há anos procurei fazer um pequeno “colchão” para enfrentar tais mazelas, gerindo eu próprio alguns parcos recursos, mas que me asseguram certa integridade e fôlego para suportar tanta insensibilidade e desacerto na gestão da chamada Coisa Pública. Não me surpreendem as notícias dos elevados níveis de inadimplência no país. Estupidamente elevados, sobretudo em função do nível de desemprego. Tomar empréstimo por estas bandas é quase suicídio, diferentemente do “modus vivendi” do Primeiro Mundo. E, no geral, as pessoas não aceitam regredir em seu “status”. Não é correto, mas é humano. Coisas da nossa querida pátria macunaímica. Se tivesse agora filho para gastar um total próximo a dez mil reais por mês numa Faculdade de Medicina privada, com certeza não me aposentaria nunca e trabalharia noite e dia, bebendo vinho de “garafón”. Já não é barato manter meus três cachorrinhos Poodle. Afortunadamente, nenhum resolveu cursar Medicina. Por enquanto.