PAIS E FILHOS
Claro que o exemplo dos pais é importante. Tive sorte porque meus defeitos e maus exemplos geraram comportamentos bem opostos. Cito o vício de fumar: meus filhos sempre detestaram cigarro. Mas a doutrinação é importantíssima, desde que os pais reconheçam, comentem, expliquem seus próprios déficits, para evitar a pregação vazia do “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”. Agi assim com os filhos, jovens parentes, amigos e alunos. Sem a pretensão de esgotar tão longa pauta (lembram das 101 virtudes e defeitos de um homem que meu pai elaborou?), preocupei-me, com relação às mulheres, em apontar a importância da independência econômica, do estudo, do trabalho, do caráter e da realização profissional, tão importantes quanto auto-estima, amor, família, filhos e cuidados com o lar. Referentemente aos homens, a preocupação constante com a evolução cultural e profissional, determinação, disciplina, integridade e responsabilidade. O lema maior para todos sempre foi ser justo, solidário, firme, alcançando a felicidade pessoal por méritos e esforço próprios. Tudo o mais é decorrência. A sociedade - mesmo a escola ou o trabalho - não costuma revelar ou exercitar estes valores, portanto, é fundamental a atenção dos pais. O mundo mudou muito, a competição gerou o desbunde, o consumismo estimula, não raro, maus instintos, angústias, excessos e inteligências anêmicas ou padronizadas. Pensamentos atrofiados prejudicam a sociedade, tanto quanto emoções mal administradas. É um grande desafio ser pai nesta era do galope virtual, talvez só uma cabeça bem mais jovem, não sei. Houve coisas muito graves, horripilantes, na história do homem, talvez o futuro seja melhor, espero. Seja assim, seja assado, a formação familiar sempre será a base de tudo. Ou não?