Minha primeira Vez
Geralmente aquilo que as pessoas fazem pela primeira vez, costumam ficar guardadas em suas memórias. O primeiro beijo, a primeira namorada, sua primeira relação, seu primeiro emprego. Enfim tudo que é primeirão tem facilidade para ser guardado em nossas mentes.
Mas a minha primeira vez que quero narrar-lhes, não é a primeira vez que dei umbeijo, nem a primeira vez que eu tive uma relação, mas algo que ao mesmo tempo foi cômico e vexatório, rs.
O que quero narrar-lhes é primeira vez que adquiri um carro na minha vida. Eu inicialmente tinha a impressão que o carro era um luxo, algo dispendioso, algo supérfluo, e essa forma de pensar, fez com que eu adquirisse o meu primeiro carro muito tarde.
Mas com o tempo, fui observando que eu perdia muito tempo com os transportes coletivos, sempre quando fazia uma compra tinha que pegar um táxi para levar as compras. Essas e outras situações foram me mostrando que o carro não era um luxo e sim uma necessidade. Por causa disso fui obter o meu primeiro carro somente aos 33 anos.
Esse carro ficara apenas dois dias comigo, mas ficara gravado eternamente na minha memória. Me lembro como se fosse hoje, era um Voyage 1.6 1986 cor preta. Ele tinha 10 anos de uso, aparentemente estava bonitão, mas como eu não estava totalmente certificado que sua mecânica estava boa, dei 1.500,00 reais de entrada e depois de uma semana voltaria para quitar os 3.000,00 que restavam.
No mesmo dia cheguei em casa todo contente pela aquisição do carro e ficou combinado com minha esposa que a noite iríamos dar um passeio para testar o carro.
A noite foi aproximando e tratamos de passar uma água no corpo, uma água de cheiro, colocamos uma roupa mais arrumadinha e fomos ansiosos para inaugurar o nosso carrão.
Nem bem tínhamos saído com o carro, e em plena avenida Magalhães Pinto na cidade de Coronel Fabriciano-MG, a encrenca do carro resolveu pifar, tamanha foi a minha vergonha, a avenida cheia, toda movimentada, e eu tive que sair para empurrar o carro, para piorar mais a situação o carro não pegava, fazendo com que eu não soubesse onde enfiar a cara de tanta vergonha. Como o carro insistiu em não pegar, cancelamos o nosso passeio e retornamos para casa empurrando o carro.
Diante desse ocorrido, na minha cabeça vinha apenas uma coisa, devolver o carro para o seu dono e cancelar o negócio. E assim foi feito, logo que amanheceu, procurei o dono do carro, entreguei-lhe o carro e desfiz o negócio. O homem ficou muito bravo, mas diante daquele ocorrido, eu disse a ele que tinha perdido toda empolgação pelo carro. Mesmo assim ele ficou insistindo, para que ele não ficasse totalmente insatisfeito, dei a ele 150 reais pelo arrependimento, ele aceitou e eu desfiz o negócio. Achei melhor pagar o arrependimento do que ter que ficar com aquela geringonça.
Diante de tudo que foi exposto, essa minha primeira vez iria ficar marcante em minha mente. Hoje, vinte e um anos após esse ocorrido, é como se isso tivesse acontecido ontem e com certeza jamais esquecerei desse fato, rs.