Por onde andas o Manoel?
Quem nessa vida, nunca teve um amigo , que com sua vida simples, sorridente, alegre, divertido, sempre de bem com a vida, marcastes o seu coração.
Nesse exato momento estou lembrando do meu amigo de infância, o Manoel. Além de sermos vizinhos, éramos também amigo da tão divertida Escola Estadual Polivalente. Como era gostoso a bolinha que a gente jogava lá, naquele campo todo gramadinho e com que disposição corríamos atrás da gorduchinha, era tudo muito intenso, muito competitivo.
Lembro até hoje do dia que ele foi chamado para distribuir jornal de casa em casa. A alvorada mal começava, e lá estava o Manoel distribuindo os seus jornais. Nunca li tanto 'Estado de Minas", como na época que ele trabalhava nessa distribuidora. Todos os dias eu tinha notícias fresquinhas do meu galão da massa, além de ficar de antena ligada com a garota, que surgia todas as semanas em suas edições.
Ele era praticamente o único que me chamava de Bob, alcunha cuja origem é baseada no desenho do Frankenstein Jr., a galera aí do meu tempo lembra desse desenho, rs.
Não sei se pode existir duas almas gêmeas, sendo as duas encarnadas em corpos de homens, totalmente heteros. Mas a verdade é que existia uma harmonia muito grande na nossa amizade. Não lembro de um só momento que um tenha agredido o outro sequer com palavras. Éramos amigos inseparáveis da tradicional cervejinha. Ele sempre estava de olho nos cartazes do cinema, e sempre que tinha um filme novo, lá estava nós dois com o propósito de ver o filme e de zuar as pessoas que ali estavam.
Eu trabalhava numa lojinha de aviamentos, e quando menos esperava, estava lá o Manoel para jogarmos conversa fora. Quando tínhamos que ir nos lupanares da vida, lá estava o Manoel para me fazer companhia, e costumávamos dividir a mesma messalina.
Lembro-me, como se fosse hoje, da gafe que cometi na casa dele. Manoel estava casado há mais ou menos um ano, sua esposa tinha acabado de ganhar o seu filho mais velho Vitor. Eu comecei a tomar uns goles de vinho, e de gole em gole, eu fiquei embriagado, e resolvi visitar o meu amigo do peito Manoel. Que visita indesejada, de alguém que está embriagado, e lá vai meu amigo com toda paciência e de repente simplesmente começo a vomitar na sua casa. Em momento algum ele ficara nervoso comigo, mas meu irmão que estava mais cônscio, envergonhado, tomara a incumbência de conduzir-me até em casa.
Interessante que a vida vai dando rumos a nossa vida, que quando a gente menos espera, estamos afastados e distantes das pessoas que a gente tanto ama. Onde deve andar e como deve estar o meu amigão querido Manoel.
Espero que tenha tido uma boa sorte na vida e que o Senhor esteja abençoando-o. Os verdadeiros amigos, são como as galhas de uma árvore frondosa, mesmo passando o tempo, permanecem para sempre.