PRODUTOS DO MEIO

Recentemente, confraternizei com três grandes amigos e colegas de Faculdade de Direito da UFRGS, turma de formandos de 1970. Infelizmente, faltei a uma confraternização mais ampla, feita há pouco mais de mês. Tenho faltado às confraternizações de turma do Colégio Anchieta e do Grêmio Estudantil do Colégio Júlio de Castilhos. Sou assim mesmo, complicado para comparecer a eventos sociais, ainda que, quando vou, fique muito feliz por ter usufruído de tão bons momentos, seja junto a amigos, seja também em família. É mais um defeito para acrescentar na lista dos “101 defeitos de um homem”, que meu velho pai redigiu numa certa madrugada, enquanto aguardava mais uma não volta minha a casa - que só ocorreu muito depois do cantar do galo. Não prometo mudar. Esta circunstância, ou esta idiossincrasia, exige, a meu juízo, um depoimento claro. Sei que também sou um produto do meio privilegiado em que me formei. Meus colegas de Anchieta, de Julinho e, especialmente, dos cinco anos de Faculdade de Direito, foram de grande importância na forja da minha personalidade e da vida que pude edificar. Tive muita sorte. Claro, possuo algumas virtudes naturais, mas enormes defeitos. Os colegas e amigos foram relevantes para me deixar melhor e atingir muitas metas. Creio que sou dos menos dotados entre os tantos bons com quem convivi, portanto, tais referências e desafios adquiriram maiúscula significação na minha jornada pessoal. A circunstância de ficar no caramujo não tem, longe disto, qualquer sentido de rejeição ou desinteresse. Cada um com seu cada qual. Assim como a gente agradece aos parentes, é preciso agradecer aos amigos e bons colegas, com quem aprendemos o bom combate.