CONFRATERNIZAÇÃO DE VELHOS
Ontem à noite, no Restaurante Tartare, tive o prazer de reencontrar antigos companheiros de Faculdade de Direito da UFRGS, formados em 1970, sempre grandes e íntimos amigos, apesar de pouco nos vermos nos últimos tempos. A vida é assim. O acontecimento em si não demandaria uma crônica, mas o descer das cortinas foi demais. Eu já havia mostrado a eles o meu aparelho celular de estimação: um pequeno NOKIA 3.2. Todos eles com potentes e moderníssimos instrumentos tecnológicos, que também fazem papel de telefone portátil. Como sói acontecer, divertiram-se, debocharam, como se eu ainda insistisse em resistir na idade das cavernas. Bem, fomos os últimos a deixar o Restaurante, depois da meia-noite, a cidade quieta. Então, pedi que me conseguissem um UBER e constatei que todos pretendiam a mesma coisa. Um, atrapalhou-se todo com o uso do aplicativo; outro, não conseguia digitar direito, pois tinha os dedos grossos e não estava enxergando muito bem e, outro ainda, foi claro ao dizer que não sabia operar o negócio. Não me contive: “Vocês são velhos e metidos, pra que gastar os tubos com uma coisa que não sabem nem usar?!”. Muitas risadas e partimos a pé até uma esquina em que havia dois táxis, como “no tempo das cavernas”.