OVELHA NÃO É PRA MATO

Já comandei a própria atividade profissional advocatícia, dirigi empresas paraestatais e fui comandado por diversos executivos em instituições públicas e privadas. Vou me ater aos diretores das organizações mais importantes em que trabalhei como empregado. Não pretendo naturalmente examinar nomes de pessoas, mas perfis gerenciais e sua importância. Cito elogiosamente, só para não me omitir, alguns líderes empresariais, que, ao menos naquele tempo, souberam conduzir negócios e administrar pessoas com apreciável sucesso, nas áreas privada e pública: Aron Birmann, Ivoncy Ioschpe, Ricardo Russowsky. Por pura coincidência, todos judeus. Nunca me favoreceram especificamente em nada, é bom que se diga. Também não me acarretaram desconforto, como outros poucos de menor tamanho com quem acabei tendo de conviver. O importante a assinalar é que um líder competente, atilado e firme faz uma organização evoluir. É possível mesmo dele eventualmente divergir. Um burocrata qualquer - gendarme provinciano - pode gerar consequências complicadas, para dizer o mínimo. Tanto quanto na política nacional, tais organizações são eminentemente presidencialistas: um comando central capaz pode suprir as carências da escuderia e inspirar confiança geral. O contrário não é verdadeiro. As “panelas” existem, tanto na esfera paraestatal, quanto na livre iniciativa. É inevitável. Os bons gestores não se entregam aos seus afagos incansáveis, mesmo que apreciem. Assim como se deseja um estadista no comando do país, deve-se orar aos céus quando o empregado labora numa empresa cujo dirigente máximo é competente, respeitado e tem visão ampla. Pode até nem ser simpático, mas se você tiver qualidade conquistará correto tratamento. As grandes empresas praticamente caminham sozinhas, basta não atrapalhar muito. Enfim, amigos, ovelha não é pra mato.