PARTIDARISMO

Muito tem se falado, ultimamente, sobre o papel que a Escola poderia ter, ou como deveriam posicionar-se os professores e, por conseguinte, também os alunos, no que diz respeito a opções sobre partidos políticos.

A Escola tem, por fim, a arte de ensinar, em conformidade com as diretrizes, leis, sistemas e regulamentos do Ministério da Educação. Esse é o seu fundamento. Entretanto, é aceitável e até aconselhável que os professores transmitam alguns conhecimentos paralelos à didática, desde que, obviamente, venham acrescentar à formação do educando.

Nos momentos oportunos, podem ser intercaladas algumas orientações de civilidade, opções de leituras, principalmente de grandes autores, sugestões de temas para elaboração de poesias, explicitações sobre métricas e rimas de um poema, etc.

Não há dúvida de que esses complementos de estudo, além de tornar as aulas mais agradáveis, irão contribuir e muito para que o aluno venha a ser melhor capacitado para o desempenho de experiências futuras.

Em relação à política, mais do que nunca se faz necessário orientar os estudantes para o fato de que a política faz parte de nossas vidas e, sendo assim, é de vital importância o conhecimento de seus fundamentos. Também não se pode interferir na opção partidária dos professores. Estes podem ter suas tendências de direita, esquerda, ou até mesmo de certa neutralidade, mas não podemos admitir que a Escola, em si, venha a tomar qualquer posição em favor desta ou daquela ideologia política. Esse não é o papel que lhe cabe, assim como também não deve ser atribuído tal papel à Igreja em suas diretrizes.

A Escola deve continuar sem partido, contrariamente aos professores e alunos com direito a voto que, como sempre foi, precisam fazer valer a sua cidadania nesse contexto, porém, fora da escola, com a devida sensatez.

Em razão de possuírem legiões de seguidores, os poetas e escritores, estes sim, devem estar sempre atentos para contribuir com a política. Escolherem um partido que mereça seus apoios e passarem a transmitir informações claras, precisas e, sobretudo, confiáveis sobre as propostas do partido que fez jus a tais apoios, mas com propagações distantes do seio escolar.

A Escola, enfim, precisa continuar no pedestal mais elevado da democracia, distante de partidarismos, disseminando com galhardia o saber cotidiano, paralelamente a procedimentos essenciais para os dias de hoje e ações poéticas, sinalizando mudanças no afã de um mundo que possa se constituir num presente de fraternidade e livre pensar.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 30/04/2017
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