liberdade 1
CAMINHANDO NA LIBERDADE! Avenida... Liberdade
Estávamos em pleno Outono, mas os dias ainda se apresentavam quase sem nuvens e o céu parecia brilhar com mais esplendor. Muitos reclamavam do calor sufocante de dias atrás, da baixa umidade relativa do ar, no bar e no lar, como se fosse o Verão. Eu disse:
Vocês verão que esta mudança de estação fora de tempo e do tempo... É pior que inverno, é inferno!
Mas, no dia seguinte, estranhamente e apocalíptica mente, amanhecera com um frio de Inverno fora de hora, um vento rodopiando saias e arrebatando pernas e voando pensamentos, na magnificência de algumas jovens senhoras de corpos exuberantes; deixavam que os homens passantes dessem asas à imaginação...
Naturalmente chamava a atenção, na avenida em que caminhávamos com os nossos passos; passados, presentes e em busca de algum futuro. Em uma das esquinas a placa dizia:
Avenida Liberdade. Avenida; entendi. Liberdade; desentendi!
Alguém que passava parou-me e perguntou: “Onde fica o largo da Misericórdia”? Respondi com toda atenção:
“Veja, não fica muito longe”. E fui ponteando com a mão. E ele: -Mas não é do outro lado?
– Não, do outro lado é a Estação Paraíso.
Daí, respondeu-me: “obrigado, é que ainda preciso ir até a Consolação”...
Pagar os meus pecados para voltar ao Paraíso.
Fiquei abismado e desentendido.
Loucos são poucos, são muitos, São nada, são quase nada!
Talvez queira ir para o Largo dos Aflitos...