BUNGA-BUNGA

O mundo está cada vez mais desigual. É uma economia em que os muito ricos ficam cada vez mais ricos e os invejosos assaltam a capelinha da paróquia para conseguirem um pouco mais para ostentar a sua graça. Talvez quem viva na Escandinávia possa pensar diferente. Nem chego a captar com precisão o que pensam e o que sentem aqueles do interior de Alagoas, aqui no Brasil brasileiro. Além do apetite insaciável pelo poder, todos querem os seus quinze minutinhos de fama. "No futuro, todos terão seus 15 minutos de fama", dizia o pintor norte-americano Andy Warhol, figura maior do movimento de pop art. Vou insistir em recomendação que fiz ao final do ano passado aos amigos: assistam ao filme biográfico MY WAY sobre o SÍLVIO BERLUSCONI, pelo Netflix. Ajuda a compreender o fluxo das coisas na modernidade, a natureza do poder, e como vivemos num outro universo, muito diferente daquele que habitam os abonados, seus apaniguados e sicários. É bom ressalvar que a LAVA-JATO, ideologias à parte, está nos mostrando que, por estas bandas, não ficamos tão atrás do BUNGA-BUNGA, ao menos com relação a alguns tipos. E dizer que tanto se lutou no passado pelo Petróleo é Nosso e pelo monopólio estatal do petróleo. O Brasil é um país engraçado. Terra da jogatina - do tradicional jogo do bicho, carteado, rinha de galo, jogo do osso, prado, das loterias e do par ou ímpar - não conseguimos as grandes receitas de cassinos e bingos para fomentar o turismo, gerar empregos e fortalecer o Tesouro Estatal. Afinal, a jogatina na Bolsa de Valores definhou a partir de 2008. Mas estava pegando fogo por aqui, pra variar. Mas, voltando à vaca fria, não deixem de assistir à epopeia de Berlusconi, que impressiona e faz pensar. É bunga-bunga.