SER MÃE É EXERCITAR DESAPEGO.
Se perguntar a uma mãe como fazer para se desapegar de um amor, ela, com certeza não saberá responder de pronto.
Mas ser mãe é exercitar o desapego ao longo da sua vida, e para todo o sempre!
Ainda no ventre, ela acalenta a cria, e a considera sua, sonha, idealiza, e constrói uma vida, a sua vida em torno daquele ser que chega para completar seus motivos, suas razões, seus estímulos de viver.
E quando nasce, a mãe tem a alegria de tocar, de pegar no colo sua cria, e concomitante convive com uma ausência em seu âmago, um vazio nas suas entranhas, e todo o movimento da vida gira em torno da nova vida chegada, saída de si, mas não mais só sua.
E a partir daí, a cria, que foi sua, passa a ser do mundo.
Tem vida independente da sua.
Poderá acompanhar, ajudar, cuidar, proteger, amar, mas não mais será sua.
Terá a criatura em seus braços, por momentos, mas nunca mais agasalhada em seu interior.
E começa a vê-la soltar-se...
Até que um dia, para um ou para outra, entrega totalmente o pedaço das suas entranhas, mesmo sem a certeza de que terão por ela o mesmo cuidado que tinhas.
E vês o laço se soltar, de novo, se sentindo ficar, meio perdida, meio insegura, sabendo que a história se repetirá, pois dessa vez quem vai é sua alma semelhante, sua filha, para viver a mesma história.
Já começa a se doer por todos os seus desapegos, como se fossem seus.
Mas a vida não é sua, assim como não tivestes para si suas outras crias.
Seguiram o curso natural da vida.
Agora, ao acolher em meus braços, a minha filha, pra o abraço de mãe em seu momento de desapego, já que ainda este mês se casará, farei um esforço enorme para não jorrar por fora a chuva que molha por dentro o meu coração.
É um ato heroico de ficar feliz, por ela, sem que consiga ser por mim.
Sim, é uma contradição enorme!
Feliz por ela, e triste por saber, não mais poder adentrar a sua vida com a mesma naturalidade de agora.
Outro desapego de mãe.
Os filhos não só se vão, cumprindo o curso da vida, mas vão, formando outros ninhos, com outros companheiros.
E em seus ninhos, olharemos de fora, como expectadores, adentraremos se necessário, quando solicitados.
E assim é necessário, para que o equilíbrio exista.
Penso em todas as vezes que quis poupá-la, carregá-la no colo, para que não sentisse a aridez do solo da vida.
Em tantas outras que pintava com ela o quadro da vida, e sutilmente ia matizando os tons tornando-os mais alegres, transformando alguns pingos em florezinhas, para que a paisagem se amenizasse, e pudesse ver um sorriso em seu rosto. Nas vezes em que noites mal dormidas me levaram até ela em pensamento, e velei seu sono, orando para que o novo dia fosse mais claro e que as nuvens houvessem se dissipado com a chegada do sol. Nas ligações em que sondava o tom da sua voz, tentando identificar seus temores, suas dores, o que lhe ia à alma, com o coração saltando à boca, e mesmo sem saber como, me transformava em palavras, quando na verdade queria me tele transportar.
Amor de mãe!
Feliz de saber que terá com quem dividir, não mais precisará de fios telefônicos ou via satélite para alcançar meu socorro.
E a mãe se desapega novamente, pois sentirá falta de carregar no colo nas horas difíceis.
Mãe sente falta de se doer com o filho!
Há tantas formas de amor!
O amor tem formas estranhas, também, de se manifestar, podem acreditar!
Uma delas é o silêncio!
Outra é falar com os olhos e sorrir com eles.
E ainda mais...
Mãe, é o próprio exercício de desapego encarnado.
E MÃE, não se desapega mais, porque Deus nos deu o dom, de amar à distância, de nos aproximar por pensamento e energia vibratória.
E aprendemos a tocar e abraçar com o coração!
Irani Martins
Mas ser mãe é exercitar o desapego ao longo da sua vida, e para todo o sempre!
Ainda no ventre, ela acalenta a cria, e a considera sua, sonha, idealiza, e constrói uma vida, a sua vida em torno daquele ser que chega para completar seus motivos, suas razões, seus estímulos de viver.
E quando nasce, a mãe tem a alegria de tocar, de pegar no colo sua cria, e concomitante convive com uma ausência em seu âmago, um vazio nas suas entranhas, e todo o movimento da vida gira em torno da nova vida chegada, saída de si, mas não mais só sua.
E a partir daí, a cria, que foi sua, passa a ser do mundo.
Tem vida independente da sua.
Poderá acompanhar, ajudar, cuidar, proteger, amar, mas não mais será sua.
Terá a criatura em seus braços, por momentos, mas nunca mais agasalhada em seu interior.
E começa a vê-la soltar-se...
Até que um dia, para um ou para outra, entrega totalmente o pedaço das suas entranhas, mesmo sem a certeza de que terão por ela o mesmo cuidado que tinhas.
E vês o laço se soltar, de novo, se sentindo ficar, meio perdida, meio insegura, sabendo que a história se repetirá, pois dessa vez quem vai é sua alma semelhante, sua filha, para viver a mesma história.
Já começa a se doer por todos os seus desapegos, como se fossem seus.
Mas a vida não é sua, assim como não tivestes para si suas outras crias.
Seguiram o curso natural da vida.
Agora, ao acolher em meus braços, a minha filha, pra o abraço de mãe em seu momento de desapego, já que ainda este mês se casará, farei um esforço enorme para não jorrar por fora a chuva que molha por dentro o meu coração.
É um ato heroico de ficar feliz, por ela, sem que consiga ser por mim.
Sim, é uma contradição enorme!
Feliz por ela, e triste por saber, não mais poder adentrar a sua vida com a mesma naturalidade de agora.
Outro desapego de mãe.
Os filhos não só se vão, cumprindo o curso da vida, mas vão, formando outros ninhos, com outros companheiros.
E em seus ninhos, olharemos de fora, como expectadores, adentraremos se necessário, quando solicitados.
E assim é necessário, para que o equilíbrio exista.
Penso em todas as vezes que quis poupá-la, carregá-la no colo, para que não sentisse a aridez do solo da vida.
Em tantas outras que pintava com ela o quadro da vida, e sutilmente ia matizando os tons tornando-os mais alegres, transformando alguns pingos em florezinhas, para que a paisagem se amenizasse, e pudesse ver um sorriso em seu rosto. Nas vezes em que noites mal dormidas me levaram até ela em pensamento, e velei seu sono, orando para que o novo dia fosse mais claro e que as nuvens houvessem se dissipado com a chegada do sol. Nas ligações em que sondava o tom da sua voz, tentando identificar seus temores, suas dores, o que lhe ia à alma, com o coração saltando à boca, e mesmo sem saber como, me transformava em palavras, quando na verdade queria me tele transportar.
Amor de mãe!
Feliz de saber que terá com quem dividir, não mais precisará de fios telefônicos ou via satélite para alcançar meu socorro.
E a mãe se desapega novamente, pois sentirá falta de carregar no colo nas horas difíceis.
Mãe sente falta de se doer com o filho!
Há tantas formas de amor!
O amor tem formas estranhas, também, de se manifestar, podem acreditar!
Uma delas é o silêncio!
Outra é falar com os olhos e sorrir com eles.
E ainda mais...
Mãe, é o próprio exercício de desapego encarnado.
E MÃE, não se desapega mais, porque Deus nos deu o dom, de amar à distância, de nos aproximar por pensamento e energia vibratória.
E aprendemos a tocar e abraçar com o coração!
Irani Martins