VIAGEM À COLÔMBIA I

Caro leitor, estas são preliminares do livro AMIGOS, EU VI... E VOU LHES CONTAR, que recentemente escrevi a respeito de viagem efetuada à Colômbia e ao Panamá. Depois deste primeiro capítulo, muitas informações serão oferecidas para enriquecer o seu já abundante conhecimento. Agradeço-lhe a atenciosa leitura.

***

Mantenho considerável número de pessoas com quem me relaciono amistosamente, satisfeito de tê-los como diletos amigos. Regozijo-me, sobremaneira, ao encontrá-los em recepções ou em descontraídos bate-papos, contentes e falantes.

Em palestras de variadas temáticas, esses amigos alegram-me o espírito, renovam-me as esperanças e aprimoram-me a experiência, por serem inteligentes e informa-dos do que acontece mundo afora. Não são nenhuma enciclopédia, mas, sabem das coisas. E como sabem!

Há um mês, minha esposa e eu efetuamos viagem à Colômbia, com passagem pelo Panamá, na companhia de sete desses amigos do peito, que prezo com todas as veras do meu coração.

Para preservar-lhes a identidade, não citarei seus honrados nomes e tampouco divulgarei fotografias de nossas andanças por terras caribenhas, nas quais eles figurem ostensiva ou secundariamente.

Nossa viagem ocorreu nos dias 2 a 15 de janeiro de 2017. Rogo a Deus que me permita não esquecer detalhes dos dias passados na Colômbia e no Panamá, países incorporados à lista de lugares já visitados por nós em andanças por quatro continentes: Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul.

Nessas jornadas, navegamos por alguns dos Sete Mares cruzados por conquistadores e implacáveis piratas, saqueadores das riquezas abundantes em países colonizados em épocas pretéritas. Ouro, prata, diamantes e esmeraldas foram pilhados de territórios da América do Sul, citados como exemplo da ganância de mercenários e de nações faltas de sentimentos humanitários.

Nossa viagem teve início nas últimas horas do primeiro dia de 2017. Minha esposa e eu chegamos ao Aeroporto JK às 23h53. Ali estavam reunidos à espera do check in, os demais integrantes da excursão.

Despachadas as bagagens, fomos submetidos à fiscalização da Polícia Federal. Depois, aguardamos no portão de embarque número 34, até as 02h35 do dia 2.01.2017, quando adentramos a aeronave da empresa COPAAIRLINES, rumo à capital panamenha, nossa primeira destinação.

O avião iniciou o taxiamento às 03h17. Em poucos instantes, restou-nos apenas a visão das nuvens flutuando abaixo da aeronave, igual a brancura da neve.

O voo até a capital do Panamá foi tranquilo, com duração de pouco mais de seis horas. Aterrissamos no Aeroporto Internacional Tucumen, na cidade do Panamá, às 06h05, hora local. No Brasil, os ponteiros indicavam 09h05. A diferença de fuso horário entre os dois países é de duas horas. Três, se considerado o chamado horário de verão, em voga em terras tupiniquins.

Até as 09h00, aguardamos novo chamado, acomoda-dos em poltronas da sala de espera. Naquela hora, recebemos uma das companheiras de viagem, que se incorporou ao grupo, procedente da capital paulista.

Nosso tempo de voo entre as capitais do Panamá e da Colômbia foi de uma hora e dez minutos. Às 10h43, do dia 2 de janeiro, aterrissamos no Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, inaugurado em 1959.

El dorado significa “o homem”. A denominação é oriunda de antiga lenda indígena da época da colonização das Américas, dando conta da existência de uma cidade feita de ouro maciço. Era tanto ouro que o imperador tinha o hábito de deitar-se no ouro em pó para ficar com a aparência dourada.

Uma van nos conduziu ao hotel Hilton Honors, estabelecimento de qualidade superior. Chegamos às 15h16, hora local. Acomodamos as bagagens e saímos a pé em busca de um restaurante. A fome intensa reclamava urgência. Trazíamos conosco o nome do restaurante La Herencia, traduzido para o bom português como “A Herança”. O estabelecimento encontrava-se fechado. No mês de janeiro, em Bogotá, as empresas do ramo costumam dar uma semana de férias aos seus colaboradores. Nem todas, porém, aderem a essa prática.

Finalmente, fomos atendidos em certo restaurante, cujo nome omito por esquecimento. Findado o almoço, saímos a pé até o Hotel Hilton, palmilhando cada metro da ex-tensa avenida, ladeada de altos edifícios.

O grupo concordou em nos encontrar na recepção do hotel, às 21 horas, para empreendermos passeio pelas ruas de Bogotá. A noite era convidativa, com as ruas fartamente iluminadas desde as comemorações natalinas.

A cidade conquistou a nossa simpatia em face de sua arquitetura mesclada de edifícios modernos e contemporâneos. Também nos causou boa impressão pelo aspecto estiloso das grandes edificações e da limpeza urbana.

Ruas limpas atestam o grau de civilização de um povo. A educação, sabemos, possibilita ao cidadão exercer a cidadania com disciplina e obediência às regras sociais.

Conforme combinado, minha esposa e eu descemos do nosso apartamento situado no quinto andar, às 21 horas, a fim de nos juntarmos aos demais companheiros.

Esperamos bastante no hall do hotel, devidamente paramentados. Tanto ela quanto eu, trajávamos a melhor de nossas indumentárias. Ela trocara a “bolsa do ouro”, assim batizada por uma de nossas amigas de viagem, por outra adquirida a “peso de ouro”. Uma linda peça de exibição, porém, longe de comparar-se à inseparável “bolsa do ouro”, cuidadosamente protegida por Matilde em suas cansativas andanças.

Nenhum dos integrantes do grupo apareceu para juntar-se a nós, já cansados da espera. Esquecidos do compromisso e ainda sonolentos, perderam a oportunidade de nos contemplar elegantemente vestidos.

Fatigados da longa demora, e porque não dizer frustrados pelo desencontro, resolvemos ligar para o aparta-mento de uma de nossas companheiras de viagem. Do outro lado da linha, alguém atendeu ao telefone revelando voz sonolenta e preguiçosa, indicativa de quem acabara de deixar os braços acolhedores de Hipnos, o deus do sono, ou, talvez, de outra divindade, Morfeu, o deus dos sonhos.

Por fim, subimos ao nosso apartamento. A cada peça desnudada, a frustração se caracterizava em nosso semblante triste, desfigurado pela fome e pela decepção. Minha estimada consorte mergulhou nos lençóis da cama e tentou conciliar o sono serôdio, ouvindo a voz queixosa do estômago vazio.

Eu, como sempre impetuoso, desci ao restaurante do hotel em trajes modestos, despido da nobre aparência de então. Sentei-me, solitariamente, à mesa, e pedi uma cerveja para afogar as mágoas.

Minutos depois, chegaram algumas companheiras de viagem e juntaram-se a mim, solidárias. Apresentaram desculpas, culpando o cansaço pela falha cometida. Ainda no restaurante do hotel, elas informaram a um dos funcionários que eu aniversariava naquele dia. Trouxeram à mesa bolo e uma velinha para comemorar o evento, antecipadamente, pois, nasci aos seis dias do mês de janeiro e não no dia dois, como anunciava a folhinha do calendário.

Aquela foi a primeira de uma série de três homenagens que recebi pelo transcurso do meu septuagésimo sexto genetlíaco. As demais distinções que me foram conferidas serão narradas em momento oportuno desta narrativa.

No dia seguinte, depois do desayuno, fartos e esquecidos dos entreveros da noite anterior, fizemos rápido tour pelas imediações do hotel.

Antes de citar visitas à capital colombiana, deixe-me contar-lhe um pouco do que aprendi a respeito do país, localizado ao norte da América do Sul, confrontando-se territorialmente com o Panamá, Venezuela, Equador, Peru e Brasil.

Louvei-me em pesquisas efetuadas com a intenção de consubstanciar os comentários que somente serão reproduzidos a partir dos capítulos seguintes, quando lhe contarei parte da rica história colombiana e panamenha, abrangendo abundantes aspectos turísticos e culturais, desde os primórdios da existência política e administrativa de cada qual. Não dá para perder as muitas informações que tenho para você. Aguarde-as. Hasta luego!