O massacre de presos em Manaus
O terrorismo do oriente médio ainda não chegou em nosso país; mas em compensação existem facções criminosas que comandam o tráfico de armas e drogas. Nossos presídios além de precários e superlotados são dominados por tais facções.
No Brasil existem 622 mil presos, sendo 245 mil provisórios. O problema é que o número de vagas que não condiz com a realidade. Em Rio Verde, Goiás, por exemplo, os vereadores planejam protocolar junto ao juiz da vara de Execuções Penais Ação de Interdição da CPP – Casa de Prisão Provisória -, por superlotação, onde a capacidade é de 135 vagas e há 365 detentos.
No Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), localizado no Km 8 da Br-174, na capital do Amazonas, administrado por uma empresa privada, com capacidade para 454 presos havia 1224, aconteceu a segunda maior rebelião do país, com 56 presos mortos, atrás apenas do massacre no presídio do Carandiru, em 1992, em São Paulo, com 111 mortes. A rebelião que durou mais de 17 horas teve início na tarde de domingo, 1º de janeiro, no horário de visitas. Na revista policial após a rebelião foram recolhidas 04 pistolas, 01 espingarda calibre 12, armas brancas e telefones celulares.
Conforme autoridades, o massacre se originou da guerra entre facções pelo controle de entorpecentes em Manaus, e que a facção Família do Norte (FDN) aliada do Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, massacrou integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), com base em São Paulo, e presos acusados de estupro. E que outras rebeliões podem acontecer se não houver um combate ao tráfico de drogas na região e separação das facções dentro dos presídios.
O Brasil tem a 4ª maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia, com o percentual de 1,67 presos por vaga. Os presídios do Brasil são conhecidos pelas condições precárias e superpopulação. É um lugar de difícil recuperação, onde o preso entra bandido e sai mais bandido ainda. Em outras palavras, os presídios brasileiros são escolas para a criminalidade. A terceirização não é a solução, porque é passar o problema para quem não tem a arma para enfrentar o bandido. A solução é o Estado investir na construção de mais presídios e contratar mais funcionários. E investir também na reeducação do preso com educação religiosa e cursos profissionalizantes.