ENCONTRO ( Especialmente para Tinah )

Ele chegou em casa naquela quarta feira, no finalzinho da tarde. Estava um pouco cansado, mas com a felicidade estampada no rosto.

Dirigiu-se ao banheiro, tomou uma longa ducha. Vestiu uma roupa caseira, ligou a televisão e procurou acompanhar os jogos do PAM.

Seu pensamento o levou a pouco menos de um mês atrás, quando navegava na internet e resolvera acessar um site de relacionamento, no qual há de muito não se lembrava.

Assim que a imagem na tela do visor se tornou nítida, ele visualizou a foto dela. Se encantou com aquele sorriso. Clicou na foto e teve acesso, então, ao perfil dela. Por mais de uma vez, leu o que ela colocara a respeito de seu modo de ser, de pensar; do que gostava, do que não gostava; do que procurava, do que não queria encontrar.

Encantou-se!

Enviou-lhe uma mensagem e aguardou, torcendo como nunca, que ela lhe desse um retôrno.

No dia seguinte e no outro, nenhum retôrno. Mas no terceiro dia, assim que acessou o site, notou que ela tinha respondido à sua mensagem.

Começou ai, uma série de mensagens entre ambos, que resultaram na troca de endereços de messanger's e posteriormente na troca de número de telefones celulares.

Ele ligou para ela. Conversaram. Assuntos banais, corriqueiros, comuns, do cotidiano de duas pessoas adultas, maduras, que conheciam bem a vida. Tanto o seu lado bom quanto ao lado desagradável.

Marcaram um encontro para se conhecerem pessoalmente. Como moravam em cidades diferentes, separadas por uma distância considerável, resolveram se encontrar numa terceira cidade, equidistante para ambos.

Dia, hora e local marcados, se encontraram, se conheceram. Puderam constatar uma grande afinidade.

Procuraram um local onde pudessem conversar mais à vontade e como já se aproximava o meio do dia, adentraram em um restaurante típico da cozinha mineira.

Ali, pediram uma bebida e trocaram informações sobre suas vidas. Depois, almoçaram. Terminado o almoço, resolveram caminhar pela pracinha localizada poucos metros de onde se encontravam.

Procuraram um banco e se assentaram. Ficaram ali, conversando, se conhecendo, constatando que tudo que dizeram, cada um de si, pela internet, estava sendo confirmado pelo outro.

Perceberam que a "química" existente entre os dois era grande, verdadeira e recíproca.

Trocaram um abraço, depois outro... Se olharam no fundo dos olhos, como a querer dizer um para o outro coisas que só os olhos dizem... Ficaram ali perdidos no tempo e no espaço, até que voltaram a si, quando aconteceu um leve roçar de lábios.

Se prometeram não perder contato. Ela disse que estava à procura de um companheiro que antes de tudo, lhe transmitisse uma paz, que só os bons de alma e espirito transmitem. E que, estava sentido que poderia ser ele.

Ele disse que gostaria de ser esse alguem, pois que ela possuia tudo aquilo que ele sempre buscara a vida inteira numa companheira: amizade, cumplicidade, desejo, paixão, amizade...

Ficaram ali por mais algum tempo. Depois, se despediram, pois a tarde já tinha caminhado para sua última parte e ambos precisavam tomar a estrada de volta.

E agora ele ali, no sofá da sala de sua casa, com o semblante dela no pensamento, perpetuado em sua retina o sorriso dela: lindo, divino, cativante, que transmite paz e confiança.

Ele então, levantou-se, desligou a TV. Ligou o som, dirigiu-se à copa, onde buscou na geladeira, uma cerveja para beber.

Voltou à sala ainda há tempo de escutar, no rádio, aquela canção do Cartola, que ela disse adorar:

" ... queixo-me às rosas mas que bobagem,

as rosas não falam,

simplesmente as rosas exalam

o perfume que roubam de ti..."