ENTRE ANITA & SORAYA
Houve uma época em que o comandante da CR, representação do Exército Brasileiro em Itabaiana, entregava umas comendas aos seus funcionários e autoridades itabaianenses, por ocasião da data comemorativa à proclamação da República (ou era na semana da pátria, não lembro bem).
Eu compareci a uma dessas solenidades, representando o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itabaiana, muito jovem e tímido, quedei-me num local que não fosse muito visto, mas uma jovem que seria homenageada, e era minha amiga de infância, me viu e disse em alto e bom som: "A minha comenda eu quero que seja entregue por Sander Lee!" Meu camarada, deu-me vontade de correr dali, mas permaneci firme, embora trêmulo.
Só que com a intervenção da jovem Anita Maria, era esse o nome da minha amiga, o cerimonialista ficou mais perdido do que cego em tiroteio, atrapalhou-se todo e na sequência, quando deveria ser homenageada a jovem Soraya, filha de Nezinho dos Correios, cuja distinção deveria ser entregue pelo advogado Arnaud Costa, o mestre de cerimônias disse: "Quem deveria entregar o prêmio seria o Dr. Arnaud Costa, mas como a moça pediu, convidamos o jovem Sander Lee para fazer a entrega da comenda à senhorita Soraya Cavalcanti!"
Pense numa situação constrangedora, para mim, para Arnaud e para a própria Anita, que pedira a deferência para ela e não para Soraya!
Entreguei o prêmio, aproveitei para dar um beijo na face de Soraya, que por sinal era uma moça muito bonita, e desapareci dali.
Desde esse dia fiquei detestando os cerimonialistas! rsrs Quando eu tornei-me um deles, redobrei os cuidados para evitar erros, mas quando fui transferido para a Diretoria dos Correios, o Diretor Regional Sérgio Lucena designou-me para conduzir as homenagens aos empregados com 35 anos de ECT. Deram-me uma relação com os nomes. Tudo ia muito bem, numa harmonia tremenda, até que eu errei feio num convite. Falei: "Senhoras e senhores, convidamos a senhora Miracy... para receber o seu diploma..." De repente levantou-se um homem no auditório. Eu emendei: "Perdão, convidamos o SENHOR Miracy...! Desde esse dia acabou-se a minha raiva dos pobres cerimonialistas.