A GAMELEIRA

Eu era um adolescente de 15 anos quando o escritor itatubense, Sabiniano Maia, lançou o livro "Itabaiana sua história suas memórias: 1500 a 1975. Li-o com sofreguidão e indagava-me onde foram parar as árvores que embelezavam o centro da cidade, constantes no livro de Maia. Para mim cada árvore arrancada era como se queimassem um livro de Machado de Assis no quintal de uma escola.

Em determinado momento, em Santa Rita, o então prefeito Marcus Odilon, isentava um percentual do IPTU das famílias que plantassem árvores. Quando gerenciei a Agência de Correios de Itatuba, o prefeito Renato Lacerda entregou, aos munícipes, mudas de árvores para serem plantadas na frente das casas.

Em João Pessoa, no final da minha rua há uma reserva florestal, mas ainda assim faço questão de plantar árvores no jardim e na calçada.

Itabaiana parece não ter aprendido o bem que as árvores fazem! Houve um gestor que arrancou uma gameleira centenária para construir uma micro praça. Nada mais paradoxal! Como se tira o sombreiro de uma praça numa terra de clima tão quente? É como impedir que países de língua portuguesa leiam Fernando Pessoa.