OS(AS) BEM-AVENTURADOS(AS)
Recuso-me, peremptoriamente, rechaçar que hoje é dia dos mortos. Não considero o dia de hoje, nem outro dia qualquer, o dia dos mortos. Para mim, hoje é o dia dos(as) bem-aventurados(as), dos(as) que desfrutam das delícias da eternidade, dos(as) que estão livres dos tormentos e aflições terrenas e de suas preocupações vãs.
Os(as) que já se foram, creio, que não gostariam de serem lembrados(as) como mortos(as), e sim, como vivos(as)! Assim, como nós que ficamos, estamos vivos(as) e não temos vontade alguma de sermos lembrados(as), em tempo algum, como mortos(as).
Se celebramos a vida terrena que é efêmera nos dias que fazemos aniversário, porque então lembramos dos que já se foram, desta para melhor, como mortos(as), se eles(as) já adentraram o portal da eternidade?
Esse dia deveria ser riscado do calendário. Pois, esse dia não foi Deus quem inventou, foram os homens que inventaram e, arbitrariamente, instituíram esse dia para lembrarmos dos(as) que se ausentaram, assim como nós nos ausentaremos, um dia!
Antes, celebremos a vida eterna, na qual, os(as) que já se foram, estão desfrutando! E nós, equivocadamente, levados por uma tradição e imposição de uma lei, olvidamos de reconhecer os(as) que os(as) que se ausentaram, apenas passaram para outro plano, e estão mais vivos(as) do que nós, pois, passaram a viver de forma infinita, sem os tormentos da vida terrena.
Quem quiser lembrar dos(as) seus como mortos(as) que lembrem, eu lembrarei dos(as) meus como vivos(as)! Pedindo ao criador que os(as) iluminem sempre e que, me conceda a graça de, um dia, poder abraçá-los(as), outra vez!
E, para finalizar esta crônica de hoje, deixarei um pensamento do premiado escritor francês François Mauriac que disse assim: "O cemitério é o único lugar no mundo onde não reencontramos os(as) nossos mortos(as)!".
Laudate Dominum!