DESABAFO
Desculpem meus queridos leitores, mas hoje estou meio chué, espero que vocês tenham paciência para fazer essa leitura. Mas imagino que não só as mulheres, mas nós homens também somos de fase.
Em certos momentos da vida, a impressão que se tem que estamos afastados de tudo e de todos. É como se a gente estivesse atravessando um deserto e olhássemos em nossa volta e não avistasse uma pessoa sequer.
E nesse exato momento estou aqui a divagar e imaginando que eu poderia ser uma pessoa diferente. Gostaria de ser uma pessoa totalmente carismática, de forma que as pessoas tivessem sempre vontade de estar perto ou de ter vontade em conversar comigo, quem sabe dessa forma eu espantaria esse vazio, essa solidão que mexe e vira insiste em assolar o meu coração.
Se um dia eu tiver essa oportunidade, gostaria de estar frente a frente com o criador e perguntá-lo se não daria pra fazer do homem, uma máquina menos complicada. Perguntá-lo por que somos tão cheios de altos e baixos. Por que a felicidade não pode ser perpétua.
Conforme a Filosofia mesmo explica, passamos por ciclos e quando nos encontramos em alta, em momentos de total felicidade, podemos nos preparar que certamente esse ciclo será interrompido e entraremos em baixa, podendo até sermos imersos numa profunda melancolia.
Queria muito que Deus tirasse do meu coração essa sensação que sempre me esforcei em fazer o bem, mas que as pessoas estavam sempre ali, simplesmente pelo fato que de uma forma ou de outra precisavam de mim.
Se eu pudesse pedir algo a Deus, não pediria riqueza, muito menos poder, pediria unicamente sabedoria para que eu pudesse tratar as pessoas de forma tal, que eu pudesse conquistar o carinho, respeito e admiração delas. Tem pessoas que não se importam com isso, mas é impossível vivermos afastado das pessoas, das relações sociais. Querendo ou não somos seres totalmente sociáveis e o convívio com as pessoas é de fundamental importância se quisermos desfrutar de uma vida plena e saudável.
Apesar dos meus 53 anos, como me sinto carente do verdadeiro amor, como gostaria de ser inundado por esse sentimento. Como eu gostaria de sentir-se amado pelo menos por uma única pessoa sequer nessa vida. Não quero falar aqui de estar acostumado com alguém, de ser conivente uma relação para os interesses próprios, mas falo de sentimento verdadeiro.
Vivemos em um mundo onde as pessoas falam que somos importantes pra elas, cogitam falar em amor, mas a verdade é que as vezes nem sequer são tolerantes para aceitar-nos com as nossas debilidades.
O padrão do amor que atualmente impera nesse mundo é totalmente interesseiro, queremos relacionar com as pessoas sejam elas cônjuges ou amigos, mas somos incapazes de aceitá-las como são, estamos sempre cheios de imposições para que as pessoas possam se adequar às nossas necessidades, caso contrário, elas não servem pra relacionar com a gente.
Mas não é assim o verdadeiro amor. O verdadeiro amor é paciente, é tolerante, não se ufana, não se ensoberbece.
Ah meu Pai, será que antes da minha sepultura experimentarei esse verdadeiro amor? Será que antes do meu acabamento serei totalmente importante para uma única pessoa sequer?
Gostaria de pedir aos meus leitores desculpas caso possa entristecê-los ou quem sabe até mesmo decepcioná-los, mas a escrita é uma forma que tenho de extravasar meus sentimentos e me rendo totalmente a ela.