E está criado o DESPORTUGUEIS

(Ou quiçá recriado, reinventado, até mesmo ressurgido, porém não plagiado!)

Trata-se da língua deste país, escrita conforme a falada, mas do seu modo mais tosco, ridículo, imbecil e incorreto que se possa imaginar.

E que representa toda a ignorância, burrice, bizarrice e desconhecimento humanos frente às regras gramaticais, à ortografia, à concordância, regência, acentuação... enfim, que retrata todo retardo intelectual que se herda a cada dia, ano, geração, neste país, E em outros... (e absolutamente diferentemente das abreviações utilizadas propositadamente na internet, para se economizar tempo, espaço e acentuação, como “vc”, “baum”, “n estava aki akela hr”, etc, etc..., o que é um modismo. Ou praticidade. Ou necessidade. Ou ignorância, também...)

(Entre parênteses, o correto!)

Onde o tempo se mistura com o espaço:

Estou a horas esperando, há 5 km dos outros... (há horas... tempo/a 5 km... espaço);

E a crase com o acento agudo:

Xup-xup à 2 reais, mas fazemos promoção á gosto do freguês... (a 2 reais/a gosto);

Com ortografia bisonha:

Mas o fregueis não foi excessão quando falou mau dos outros... (freguês/exceção/mal... bem);

Ele é mal! (mau... bom = também gramática!);

Ela fez aquilo propositalmente. (propositadamente)

Temos menas experiência que os outros. (menos. “menas” não existe);

“friesa”, “vocêis”, “aja coração”... (frieza/vocês/haja coração...)

E a gramática:

Vende-se frangos de granja... (vendem-se... são vendidos);

Falaram besteira, nada haver! (pode ser besteira, mas é “a ver”; “haver é um verbo!”)

Devem haver muitas pessoas naquela sessão. (Sim, podem ter muitas pessoas, mas é “deve haver);

Sou a fim à opinião dela. (afim... semelhante);

Estou afim daquela mulher! (a fim... finalidade, interesse);

Fiz por que achei melhor, mas não sei bem porque. (fiz porque... explicação/não sei bem por quê... por qual razão);

Agente vai acreditar sempre! (pode acreditar, mas é “a gente!”);

Não sei quem foi, mais posso imaginar! (pode imaginar, mas é “mas”; “mais” é adição!);

E não há diferença entre eu e você! (pode também não ter, mas é “entre mim e você” ...depois de preposição, ou “entre você e eu”);

Mas ela ficou meia chateada. (se chateou pode ter sido pela meia suja, mas se ficou chateada pela metade é “meio!”);

Então ela disse “Obrigado!” (pode ter ficado agradecida, mas ela diz “obrigada”, e ele, “obrigado”;

Celulares à partir de 100 reais! (antes de verbo é sem crase, logo, “a partir”);

Fazem anos que não vou lá. (os anos já estão feitos, e com sentido de haver é “faz anos”);

Onde lê-se dez, leia-se cinco. (se é a metade do preço, correto é com próclise, antes do verbo: “onde se lê”);

Ele comprimentou aquela senhora. (não se deve medi-la, mas dar bom-dia: “cumprimentou!”);

Comprei duzentas gramas de mussarela. (comprou mussarela ou grama? Então é “duzentos”);

Então façamos uma resenha do Desportugueis... vamos lá!

“Estou cançado de dizer que aja o que haver vol fazer tudo o quê for poçiveu para meliorar as coizas, fazer as coizas sertãs! Não çuporto maiz ipocrizia, hidiotisse, palavraz ezcritas cem a preocupassão con a coressão, o selo, o portugueis. Daqui prá frente vol henaltesser todas as peçoas que não escrevem mau. E iscrever dereitu todaz as coisaz, o que é serto, parafrazeando os poetas aztutos e çagases: Izcrevo serto por linhaz thortas, porque é mau que çe vem pra bão! Lembramçe que pal que nasse torto morre torto e porisso amigos amigos, negóssios aparte! E cempre hum olho no peiche, otro no gato, pois enterra de çego quem tem um holho é hey! E já chega de xorar o leite derramado, por que háguaz paçadas não moveim mohinho. E porfim cempre lembramsse: a ezperanssa è a húltima que morre!”

Teim halgun erro de portugueis no meu testo??