A estrelinha.
Encantou todos que por ela passaram.
Aprendia pouco, mas ensinava muito.
Pedia quase nada da vida e ainda praticava a gratidão.
Não importava quantas vezes seu corpinho a exigia: um toque, uma palavra ou um sorriso e já se bastava.
Todos sabiam que sua vida seria curta, mas com sua partida nos demos conta de quão profundas foram suas marcas em nossas almas.
E que por mais que todos os dias possamos perder pacientes, nunca estamos prontos.
Nunca estaremos.
"Para onde ela foi?"- Perguntou sua vizinha de leito hospitalar fixo.
(Como comunicar uma perda para quem já tem uma limitação social tão grande imposta por sua saúde frágil?)
"Foi para casa." - Informou alguém com o coração partido, incapaz de pelo momento exteriorizar mais que uma meia verdade.
Mas sua coleguinha sorriu: mera constatação de quem sabia que a Casa de Deus também é nosso lar.
Porque anjos se reconhecem e seria muita boboquice ignorar sua fé e seus exemplos.
Descanse em paz, Estrelinha!