A Paralimpíada do Rio foi um sucesso
Os Jogos Paraolímpicos Rio 2016 chegaram ao fim, domingo, 18 de setembro. A cerimônia de encerramento teve início às 20 horas, com apresentações artísticas, discursos e homenagens. O desfecho musical ficou por conta da cantora Ivete Sangalo, que cantou várias músicas, dentre elas, “A Paz”, de Gilberto Gil, referência ao Japão, próximo país a sediar as Olimpíadas e Paraolimpíadas; e ainda junto o cantor inglês Calum Scott cantou o tema paraolímpico.
A primeira paraolimpíada a ser realizada na mesma sede das olimpíadas aconteceu em Roma, Itália, em 1960, com nome oficial de Olimpíadas dos portadores de Deficiência. O nome Paraolímpico foi oficializado em 1984. Até 1972 só cadeirantes participavam do evento. O nome atual Paralímpiada é uma questão de pronúncia e de adequação da língua.
É o maior evento esportivo mundial que tem como objeto incentivar e premiar atletas deficientes e incluí-los na sociedade. Muitos para-atletas são oriundos das guerras, diversos acidentes, doenças degenerativas ou que nasceram com alguma deficiência. E são exemplos de superação, e vencedores. No Brasil temos muitos paratletas heróis. Dentre eles, Clodoaldo Silva e Daniel Dias, que passaram por dificuldades na carreira.
Em relação ao quadro geral de medalhas o Brasil ficou na 8ª posição, com 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, total de 72. Não atingiu a perspectiva do CPB - Comitê Paralímpico Brasileiro -, que era ficar no 5º lugar. Mas conforme o CPB houve uma grande evolução embora conquistando menos medalhas de ouro que em Pequim 2008 e em Londres 2012. Em Pequim 2008 o Brasil conquistou 16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes, ficando na 9ª posição. E em Londres 2012 foram conquistadas 21 medalhas de ouros, 14 pratas e 08 bronzes, sétima colocação, melhor da história.
O Brasil se sobressaiu no atletismo e na natação. No atletismo, Petrúcio Ferreira dos Santos conquistou ouro nos 100 metros, na classe T 47 e prata nos 400 metros da T 47; com apenas 19 anos é a nossa maior promessa do esporte paralímpico. Na natação, Daniel Dias brilhou nos 100 metros livre S 5 mais uma vez, com 04 ouro, 03 prata e 02 bronze, e se tornou o recordista com 24 medalhas ao superar o australiano Matthew Cowdrey, que conquistou 23 medalhas e se aposentou. E no futebol de 5 a nossa seleção manteve a hegemonia ao conquistar o quarto título seguido desde Atenas 2004, quando a modalidade passou a fazer parte das Paralimpíadas.
A Paralimpíada do Rio 2016 vai ficar na história das Paralimpíadas como uma festa linda onde o público interagiu e aplaudiu os paratletas a cada momento. Dois milhões e meio de ingressos foram vendidos. A cidade acolheu mais de 200 mil turistas. Um evento que vai deixar saudades. O momento triste foi a morte do paratleta iraniano Bahman Golbarnezhad, de 48 anos, no sábado (17), dia anterior ao encerramento. Conforme a organização, Bahman competia numa prova de ciclismo de estrada C 4-5, quando no Km 34, Estrada da Guanabara, perdeu o controle em uma curva e caiu em uma vala com 02 metros de profundidade, não resistindo aos ferimentos. É a primeira fatalidade em uma competição paralímpica. Deixou esposa e um filho. Que Deus o tenha!