CLIENTE

- Bom dia, vendedor. Quanto custa essa mesinha de centro?

- Olhe, senhor; na promoção, ela está por Cento e Vinte Reais.

- Hum... hum... será que não dá para fazer por Cem?

- Sinto muito, senhor. Por Cem reais, não dá mesmo.

- Cento e Dez? Fecha? Vamos lá, meu amigo! Tire Dez Reais! Dez Reais!

- Tá bom; tudo bem. Me dê os Cento e Dez.

- Só um momentinho; vou pegar aqui o cartão...

- Aí não, senhor... eu não disse no cartão! Tiro Dez Reais, mas no dinheiro.

- Quê que há, vendedor! Quebra esse galho! Aceita no cartão!

- Olhe, senhor; assim fica difícil; primeiro, o senhor pediu o desconto; agora quer pagar no cartão...

- As coisas estão difíceis, meu amigo... sei que as vendas não estão lá essas coisas... vai perder venda?

- Tá! Tá! Vou passar os Cento e Dez no cartão!

- Em quantas vezes você parcela?

- O quê? O senhor ainda quer que parcele?

- Ué... não pode parcelar pelo menos em três vezes?

- O senhor deve estar de brincadeira... três vezes, ainda por cima? Olhe, só para me livrar logo desta situação, passo em duas vezes e não se fala mais nisso!

- Tá bom; tá bom; tome aqui o cartão...

- Me dê aqui... pronto... agora digite a senha.

- ... ... ... ...

- Olhe, meu senhor; aqui está constando senha inválida.

- Não é possível... vamos tentar outra vez.

- ... ... ...

- Continua constando senha inválida...

- Ai, ai, ai... vamos lá. Mais uma vez.

- ... ... ...

- Foi a terceira tentativa, senhor... o cartão está bloqueado.

- Vamos fazer o seguinte, vendedor? Tenho Noventa Reais no bolso. Levo por Noventa, e a gente acaba com esse impasse.

- Ai meu cacete...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 19/09/2016
Código do texto: T5765839
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