Desabafo de um amante
Estava adormecido, até que por volta de 7 horas, fui despertado do meu sono por algo que inquietava o meu coração. Durante toda a minha vida eu fui um profundo admirador da literatura. Como é encantador esse mundo das letras, a expressão que podemos dar algo através das palavras. O romantismo, a beleza que podemos dar a fatos do cotidiano através da poesia. Eu costumo compartilhar com os meus amigos que a leitura é uma viagem que a gente faz pelo mundo sem pagar passagem. Quando estou diante de uma história que estou lendo, eu simplesmente esqueço da minha realidade naquele instante e mergulho no mundo do autor. Como é lindo, doce, encantador esse mundo da leitura. Sempre me deparei com pessoas ao longo da vida, que me incentivavam escrever, mas sempre achei que a escrita seria um dom de poucos, e nunca me encontrei a altura de tal feito. Até que por volta de uns dois meses, e com o incentivo de alguns amigos, arrisquei-me a entrar nesse mundo tão seleto. Com tão pouco tempo que entrei nesse mundo da escrita, as vezes pego-me rindo de mim mesmo, por que virou uma febre, fui contagiado de tal forma por esse sentimento, que por onde passo sempre estou ligado aos fatos com o propósito de colocar algo novo no papel. Estar sendo tão encantador, tão mágico, tão belo, o desabrochar dentro do meu ser pela escrita. Um texto, uma poesia sempre que consigo elaborá-los é como se eu tivesse gerando uma cria. As vezes é meio maluco dizer isso pra uma pessoa que não tenha o dom da escrita, com certeza não iria entender esses sentimentos que passam dentro de mim. O escritor quando consegue escrever algo, ele fica naquela expectativa de compartilhar com seus amigos, ele quer tornar público tudo aquilo que ele criou, é como se fosse aquele primeiro momento com a namorada, onde queremos compartilhar com todas as pessoas o amor pela pessoa amada. Nem quero me referir a um escritor, por que não me vejo em tal nível, mas quando escrevo algo e vejo que não teve a aceitação das pessoas ou até mesmo foi pouco lido, é como se tivessem maltratando um filho meu, apesar que com os meus 53 anos de peregrinação ainda não tive essa benção de ser pai, e isso me causa uma certa frustração. Recentemente escrevi um texto teológico e filosófico sobre o mito da caverna e a relação que esse tem com o cristianismo cujo título é “Enfoque cristão do Mito da Caverna”, esse texto até agora foi o que me exigiu mais tempo pra confeccioná-lo, mas pra minha grata surpresa tem sido o menos lido, isso me causou uma certa tristeza, indignação, mas gostaria de dizer que não com as pessoas, mas pelo fato que não fui criativo ao ponto de passar para as pessoas aquilo eu via nesse texto. Sempre que elaboro um texto e vejo que ele estar tendo uma boa recepção, eu fico rindo, encantado, uma satisfação grandiosa enche o meu ser, fico como se fosse novamente um adolescente. É tão frustrante quando a gente observa que as pessoas bem próximas da gente, não tem a mesma admiração e empolgação que a gente, que eles não dão crédito àquilo que a gente escreve, tudo isso só reforça aquele ditado “santo de casa não faz milagre”. É tão triste quando compartilhamos aos nossos amigos o site do Recanto pra que possam ler nossos textos e eles não correspondem. Mas em compensação é tão gratificante quando entro ali no site e vejo algum elogio, as pessoas dizendo que gostaram, pessoas que passam a fazer questão em ler tudo aquilo que a gente escreve. Se as pessoas soubessem a dinamite de coisas boas que há num elogio, elogiaríamos mais as pessoas, com certeza elas seriam bem melhores e o mundo poderia ser diferente. Me desculpem amados, mas agora depois de escrever esse desabafo, me sinto mais leve. Espero que essa sexta-feira que se inicia seja abençoadora, cheias de encantos mil para todas as pessoas que me cercam de alguma forma. Mucuri BA, 15 de julho de 2016.