O trauma de ser vice da Argentina
Não sou argentino nem chileno, mas estava ansioso para assistir o duelo entre as duas seleções pelo título da Copa América Centenário 2016. Ano passado Argentina e Chile também decidiram a Copa América, com o Chile se tornando campeão e saindo de uma longa fila de espera.
A Argentina chegou à final por ter os melhores jogadores, inclusive Messi eleito o melhor do mundo por cinco vezes. Já o Chile chegou à final por ter um time bem treinado coletivamente e com alguns craques de renome mundial, como Arturo Vidal e Alex Sanches.
No tempo normal e na prorrogação a Argentina foi melhor com pelo menos duas chances claras de gol, sendo uma com Higuaín, que ao roubar a bola do zagueiro Medel se viu só diante do goleiro Romero e chutou com a bola raspando a trave, a outra foi num cabeceio de Aguero, em que Romero tirou a bola com os dedos depois de um salto espetacular.
Depois de uma prorrogação cautelosa, a decisão foi para os pênaltis. Vidal errou a primeira cobrança para o Chile. Messi que se mostrava ansioso errou a primeira cobrança para Argentina chutando alto e imitando Roberto Baggio que deu o título ao Brasil na Copa do Mundo de 1994. A Argentina ainda errou mais um pênalti com Biglia, que chutou na trave; e na quinta cobrança do Chile, Francisco Silva não desperdiçou.
Após a derrota da Argentina, Messi abalado e cabisbaixo anunciou: Acabou a seleção para mim. Na minha opinião, não vejo motivo para Messi e outros jogadores argentinos abandonarem sua seleção por terem perdido o título, ainda mais numa disputa de pênaltis em que tudo pode acontecer, e nem sempre o melhor vence, mas o que tiver mais cautela e sorte.
Jornalistas e torcedores inconformados criticam a Argentina por não ganhar um título com a seleção principal desde 1993. Mas é bom lembrar que a Argentina foi vice da Copa América em 2004, 2007, 2015 e agora em 2016; e vice do Mundo em 2014, além da conquista do ouro olímpico em 2004 e 2008. Jogadores não devem ser arrogantes como certos torcedores, porque ser vice é muito importante, ainda mais em um futebol cada vez mais competitivo.