ESTUPRO

Quem será o culpado?
A sociedade alheia?
Os governantes omissos?
A família despreparada?
A irresponsabilidade juvenil?
Mas, nada justifica tamanha atrocidade
Que os valores da nossa essência estão sendo perdidos, é fato
Que bandido apresenta uma ilusão de ganho rápido, é miragem
Que o futuro incerto e o luxo estiloso das margens atrai e vicia, é visto
Ainda assim, não consigo conceber, a barbárie, a exposição invasiva e pária, que, reverbera nocivamente, pelas redes sociais, sem limites de exposição, sem noção, sem visão de sequelas morais e psicológicas ou qualquer outro tipo de respeito. Como se a banalidade das relações, perdoasse, todo e qualquer delito. É um absurdo, o que se presencia como 'comum', visceral loucura, dissolução de paradigmas, fim dos tempos, talvez, fosse melhor, que fossemos, um programa de computador, que pudesse, ser ressetado, deletado, reconfiguradas seriam suas diretrizes, opções e foco.
33 é idade de Cristo, 33 nos pedem para repetir em exames clínicos habituais, 33 se tornou, eu acho, a Marca do Demo, pois nada neste mundo, pode explicar, o comportamento sádico, fatídico, obsceno e amplamente disseminado, do estupro coletivo, de uma adolescente 'menor', de dezesseis anos, em uma comunidade, aqui do Rio de Janeiro,  virtualmente replicado, esta semana, que ganhou repercussão internacional. Abominável divisa apresentamos, para outros povos, não que sejamos os únicos, a deixar público, os ventres expostos das vilanias, as chagas dos erros ou as vielas do abandono social. Estou tão horrorizada, que acho que até me desconheço. Penso que, se nada for, radicalmente punido, nos restará apenas, o resto da gamela dos porcos, pois nem mesmo, como pessoas, poderemos ser, denominados. Que Deus nos proteja e para muitos, infelizmente, de nós mesmos.
Não existe conforto possível,  para uma situação dessas, algumas vertentes acusam a moça, outras culpam a falta de educação, outras vias mais, acusam a falta de berço e de terço. Penso que, nada justifica o comportamento de monstros, como os que estamos podendo ter conhecimento pelas reportagens vastamente divulgadas. Pura e simplesmente, se assim se pode dizer, uma bárbarie, recriação mórbida e sarcástica de Sodoma e Gomorra, abissais visões, fim da raça, dita, humana.


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 28 ee maio de 2016.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 28/05/2016
Reeditado em 28/05/2016
Código do texto: T5649268
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