troquei o titulo pra vê se mais alguém lia
Do homem ao macaco
Foi num sábado. Saímos daqui de casa eu e meu irmão as 10:00 da manhã rumo ao museu Catavento, supridos com: Uma garrafa de suco de manga (Ninguém lembrou de trazer uma de agua também), bananas, queijo, tapioca, e dinheiro suficiente apenas para o metrô. Péssima ideia ter levado todas aquelas coisas dentro de uma mochila fechada, abafada. Ainda mais porque a temperatura já estava na casa de uns 24 graus e tendia a aumentar cada vez mais, o que de fato aconteceu. Resultado, o suco logo esquentou, as bananas que já estavam bem maduras, amadureceram ainda mais... Enfim, deu Zica, mas de qualquer forma não tínhamos muitas opções, a grana estava curto. Tão curta que, antes de tudo, tivemos de conseguir uma carona.
Primeiro eu fui na cabine errada, no fiscal errado. Isso foi uma pena, porque o primeiro fiscal liberou a carona na hora, nem precisou de muito xaveco, “Vai lá, sem problema”. Agora o outro fiscal, para quem eu realmente tinha que pedir a carona, esse não estava em sua cabine. Aliás era uma mulher, o que me deixou um pouco mais apreensiva. Sabe como são as mulheres né...
O tempo estava passando, passando, passando... e nada dessa fiscal aparecer. Então eu pensei, “Quer saber de uma coisa, eu vou logo pedir direto pro motorista e seja o que os Deuses quiserem”. Deu certo. Carona pega, pé na estrada Jack Keroauc!
Assim que chegamos no museu, após todos aqueles pedidos de informação para as pessoas na rua, a minha alegria foi enorme. “Conseguimos! Consegui! Chegamos! Cheguei!”. Faltava agora encontrar a bendita exposição “Do homem ao macaco”. Até então ninguém sabia que tinha que pegar uma senha especifica para determinada exposição. E nem que a nossa exposição só tinha sessão para dali a duas horas e meia. Pensávamos que era só chegar, ir até a recepção, retirar a senha para o museu (Não havia fila para isso) e vamos embora ver a nossa exposição!
Pegamos nossas senhas e caminhamos felizes da vida para adentrar o museu. No meio do caminho, ao lado esquerdo, havia um fila com mais ou menos umas trinta pessoas. Nem demos bola pra essa fila. Passamos direto.
Já lá dentro deparei com três belezas tão extraordinárias que me fizeram pensar na possibilidade da existência de um Deus que as havia criado. Um verdadeiro artista. A primeira foi um quadro repleto de borboletas lindas, coloridas, maravilhosas! A segunda eram algumas conchas do mar com detalhes e formas tão incríveis que não tenho nem palavras para descrever. A terceira beleza foi o peixe-leão. Como é que pode existir um peixe daquele jeito! Como é que a natureza consegue criar tudo isso!
Fomos pra cá, fomos pra lá. Vimos isso e mais aquilo. No entanto, nada da exposição que queríamos. Melhor perguntar para alguém né.
“Sabe aquela fila ali, é nela que você retira o seu ingresso para essa exposição”, nos explicou um moço.
Nem preciso falar que fila era essa né.
“Puta merda irmão, é exatamente a fila que a gente ignorou assim que chegamos!”
Quase uma hora enfrentado aquela fila e finalmente estávamos com nossos ingressos em mãos. Agora sim os ingressos certos para a exposição “Do homem ao macaco”.
“Nada na biologia faz sentido exceto à luz da evolução”. Theodosius dobzhansky. Essa é uma frase que está escrita numa placa pendurada na parede da primeira sala da exposição.
Quem é ou era esse tal desse Theodosius dobzhansky? Google nele depois...
Nessa mesma sala havia uma sequência de réplicas de alguns crânios de nossos ancestrais comum, sahelanthropus tchadensis, kenyanthropus platyops, austraslopithecus afarensis, paranthropus boisei, homo habilis, homo ergaster, homo erectus, homo heidelbergensis, homo neanderthalensis, e a informação de que nós seres humanos surgimos no planeta através de um processo natural, evolutivo, a cerca de 7 milhões de anos atrás. E que entre todos nossos ancestrais comum, o chipanzé é o primata que mais se aproxima do ser humano. Repartimos com eles 98% dos nossos genes.
Existem três grupos de antropoides: os macacos, os símios e os hominídeos. A diferença entre o macacos e símios, é que o símio não tem cauda. Os hominídeos também não, entretanto se diferenciam dos demais por ter desenvolvido um modo de caminhar ereto e bípede. É a esse grupo de hominídeos que nós pertencemos. Nós somos animais vertebrados, mamíferos.
Adentrando todas as outras salas, observando e fazendo minhas anotações cheguei ao seguinte resumo do vi:
Ao longo de todo processo evolutivo, nossos ancestrais, separados por milhões de anos de uma espécie para a outra, foram se adaptando a novos ambientes. A mandíbula e arcada dentária foram se modificando. O cérebro e caixa craniana aumentando de tamanho, remodelando-se, e com isso fomos ficando cada vez mais inteligentes. Ouve um aperfeiçoamento ao criar ferramentas, a princípio usando pedras, para melhor sobreviver. E quando bem mais evoluídos começaram a surgir novas formas de comunicação, entre elas as pinturas, o uso de símbolos e rituais. Gradativamente todo aspecto cultural fora se transformando. Um exemplo disso foi a preocupação em se enterrar os corpos dos mortos, dando-nos a entender que havia um certo interesse espiritual de continuidade.
Tudo isso até chegarmos no que somos hoje, homo sapiens bem evoluídos?