Eu com certeza tenho um certo transtorno obsessivo-compulsivo por organização
Eu com certeza tenho um certo transtorno obsessivo-compulsivo em se tratando de organização. Esse meu TOC não me faz organizar as coisas em ordem alfabética, numérica ou por tamanho, entretanto se aquilo que eu arrumei num determinado lugar, for retirado, tem que voltar pro mesmo lugar após o uso, e ser posto da mesma forma que eu havia colocado anteriormente.
Até tento não ser assim, mas não dá. Não consigo. Se eu retirar um CD da estante por exemplo, e depois de ouvi-lo não guarda-lo, simplesmente deixar jogado nalgum canto, eu, por mais que tente resistir, não sossego até devolve-lo ao seu lugarzinho de sempre. O mesmo acontece com meus livros, minhas roupas, meus sapatos... Enfim, tudo que tenho aqui em casa é “administrado” por mim dessa maneira.
Cada maluco com a sua mania não é mesmo. Eu adoraria não sentir essa necessidade de “arrumação”. Morro de inveja de quem convive numa boa com sua “desorganização”. Invejo essas pessoas que você entra no quarto e tá tudo espalhado por todo canto. Essas que convivem tranquilamente com a desordem e caos a sua volta. Preferem ele. Se encontram nele...
E antes que esqueça, eu disse desordem, não sujeira.
Ontem mesmo eu limpei e reorganizei a minha casa. Eu limpo ela mesmo que seja pra receber ninguém. Limpo com o mesmo esmero de quem fosse ter visita daqui a pouco, mas que nunca tem. Eu sou sempre sozinho aqui. Sozinho com meus livros, meus discos e minha cachorrinha Madelene. Eu sou sozinho só comigo mesmo. Não sozinho rodeado de gente. Existem muitas pessoas sozinhas rodeadas de gente, mas eu não, eu sou sozinho de só. Entendeu? Tudo bem, eu sei que você vai conseguir continuar levando a sua vida numa boa, mesmo depois de ter lido esse meu lamento solitário. Esquece isso. Deixa pra lá. Vamos voltar ao texto que é melhor. Voltar ao que interessa?
Em quanto isso no lustre do castelo... Enquanto isso eu fico aqui esperando ela voltar. Aquela ingrata. Acreditem se quiser, mas ela desapareceu de mim de novo.
Ontem, após a faxina, fui atrás dela. Cadela? Montei na minha bicicleta e saí a sua procura. Pedalei, pedalei, pedalei com a esperança de quando chegasse por lá, a encontraria esperando por mim de braços abertos e sorriso no dentes (Sim, sorriso nos dentes, e não sorriso nos olhos. Os olhos também sorriem sabia?). O engraçado foi que no caminho eu estava sentido a sua presença. A cada pedalada que eu dava, a cada nova música que ouvia no celular, a cada novo pensamento, eu a sentia ao meu lado. Mas é o que dizem, “a graça está na viajem e não na chegada”. Quando finalmente cheguei, cadê ela? Eu não sentia mais a sua presença, me sentia somente cansado, com dores nas pernas. E o pior de tudo é que ainda tinha a volta.
Cadela...