Beijo... Um lindo gesto de amor, beijo de amizade, de carinho e aquele beijo apaixonado. Tanto tempo faz que tornei-me prisoneira de mim. dispus-me servir a Deus manter-me pura diante dele e não me permiti mais ser beijada ou abraçada, a não ser mediante o casamento, o que não aconteceria. Dez anoas se passaram, dez anos de solidão, um jardim sem cor fiquei. E eu, flor menina e mulher, apaixonada, radiante e extremamente feliz, entristeci profundamente... Ao longo dos anos, meus anseios divagaram por entre sonhos e desejos proibidos. Proibidos, por Deus, pela igreja e proibido por mim. Em minha pureza e obediência, cumpri até aqui, guardada, reservada, mas a solidão se fez tão intensa em mim, sinto-me uma flor sem vida, fora do jardim e minha boca sedenta e carente, clama pelo um beijo, como se espinhos atravessassem meus lábios e os fizessem sangrar até a minha alma, fazendo jorrar vida em mim, onde a solidão me matou. Tamanha é a minha carência e minha necessidade de ser amada, acariciada, de ser tomada, nos braços, por um homem apaixonado, férvido e entre susurruos, gemidos e até choro de prazer, saciaria a fome de todos os meus desejos tão latentes em mim.
Tamanha é a minha carência, pelo amor de um homem
Que me perdoe o meu Senhor, mas minha carência e o meu corpo grita por abraços e beijos de um homem másculo, com cheiro puro de testosterona... Mas que ele seja livre e que eu o ame e ele também à mim... Perderia  minha salvação por isso? Não, antes da minha partida final, pediria perdão e voltaria-me para o meu Deus. Mas uma coisa ainda peço-te meu senhor, a mesma que tenho pedido nesses dez anos, envia o meu amado, com cheiro puro do nardo, com à sua fragrância, o seu cheiro puro de amor... Ah! Quanto tempo, sem um abraço, sem um afago... Paciência... Não suporto mais tantos desejos contidos, tantos anseios e vontades agitando em minhas entranhas e reverberando em meu mais profundo ser. Perdão meu Deus, não tenho culpa de sentir o que sinto, tenho culpa sim, de está confessando aqui, mas quem sabe o meu amor seja um poeta e possa até me ler... Dê-me senhor, o meu amado, assim suprirás as necessidades da sua filha e ela terá muito mais motivos ainda, para glorificar o teu nome nessa terra. Direi: Glórias sejam dadas a ti, oh senhor, eis que tirastes-me das brumas da solidão e colocaste-me sobre um manancial de vida e amor, fazendo-me florescer, como um jardim resplandecente aflorando vida, aromas, amores e sabores... Que assim seja... Amém...

                                        Kainha Brito

Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 16/04/2016
Reeditado em 21/07/2016
Código do texto: T5607047
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