...E se livrou daquela chata e viveram felizes para sempre
Era uma vez ele, um príncipe encantado que estava mais pra sapo. E ela, a princesa que também não era lá essas coisas de lindeza. O príncipe sempre fazia tudo do jeito que a princesa queria, como ela queria. Acatava todas suas ordens como um cachorrinho que abaixa as orelhas e enfia o rabinho entre as pernas quando o dono lhe chama a atenção. Ele suportava todos os quereres dela porque sempre procurava evitar brigas. Ele sabia que não adiantava discutir. Ela sempre estava com a razão. Não tinha conversa. Era ela que tinha a porra da xoxota de ouro entre as pernas! O que ele faria sem elas?
Ele a obedecia com um filho obedece pais severos. Porque além da xoxota de ouro, era ela também que dominava psicologicamente a relação. Ela sabia muito bem manipular a dependência dele por elas. Sabia que ele estava acostumado (ou mal acostumado), habituado a ela e a rotina do casal. A seu lado bom. Alguém que apesar de tudo lhe dava carinho, cuidava dele, se preocupava com ele. Alguém pra dizer que era “sua”, que o amava (?) mesmo que o amar para ela tinha outros significados...
Ela, a princesa, sempre achou que se o mante-se em rédeas curtas tudo ficaria bem. Era bom ter o controle da situação. Ela sabia das coisas do amor. Sabia como agir. (A única coisa que ela não sabia era sobre o monstro que estava alimentando). E foi dessa maneira que eles foram levando a vida. Ele sempre capacho. Ela a ditadora. Ele guardando magoas. Ela proibindo. Ele reprimido, sufocado. Ela sempre cheia de si, orgulhosa e satisfeita de seu domínio. Afinal não estava dando tudo tão certo, eles não eram felizes? Eram, não eram?
Foi então que num belo dia, todo ressentimento acumulado nele, toda aquela energia negativa sobrecarregada em seu subconsciente finalmente explodiram. Ele se livrou daquela chata e viveram felizes para sempre.
Fim.