O campo paralelo ao humano

Naqueles dias sem amor, era um jovem entregue aos prazeres do corpo que exalava alguma forma de beleza poética. Sexo sem proteger os corações envolvidos era praticado constantemente. O sexo proposto em outrora fazia bem aos corpos envolvidos, é que não acontecia quando uma das partes buscava pelos laços matrimoniais. A lança até que causava medo em algumas mulheres, ainda bem que se afastavam antes da ligação fatal entre os espíritos.

O tempo foi passando e nada de muito novo acontecia entre quatro paredes ou nos ambientes criados diante da necessidade insana de satisfação. Claro que para que tudo fosse épico, um pouco de embriaguez não fazia tão mal quanto palavras bíblicas que amaldiçoam os diferentes. Exageros e sucessivos erros no campo material. O templo do corpo acordava renovado após uma noite de aventuras sexuais.

Passando o tempo era o estado de consciência que se fortalecia no jovem. Uma arte ganhava forma e um pouco de paz no sentido de festas se fazia presente em seu coração. Por alguém que se dizia entendida do campo espiritual foi o jovem procurado. No período que passou de um ano se deliciou com outras mulheres, enquanto que amou pela primeira vez uma única mulher.

Mesmo diante brigas constantes dentro do que se chama de lar compartilhado, o jovem mudou de comportamento ao saber da possibilidade de um amor que surgisse de um coração além de si mesmo. Seus risos significavam algo raro em sua existência, a sua capacidade artística ganhou espaço em uma corrompida sociedade. Sem muito tardar ficou tarde para a mulher que lhe acompanhava e havia lhe provocado. Ela tinha mentido sobre espíritos, mesmo existindo um mundo paralelo ao humano, é inconveniente trocar os vivos pelos malditos esqueletos.

Cada um para o seu lado, o poeta mais belo e a falsa deusa buscando na fé uma verdade que nunca vai encontrar. O desejo sexual exagerado permaneceu no jovem, a velha buscava agradar os seus semelhantes, enquanto desagradava a si mesma. Um novo amor já acontecia entre o jovem e uma outra jovem, até que o jovem soube do suicídio da velha. Ao jovem restou a continuação de seu legado, ao resto trágico é o campo paralelo ao humano presente na velha que precisa prevalecer, é que o amor não se refugia em mentiras para acontecer.

Escritor Joacir Dal Sotto​

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Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 07/01/2016
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