"O ser sexual de uma jovem"
Trecho de meu romance "O ser sexual de uma jovem" *:
Tudo assassinado ou quieto, tudo de acordo com a jovem ou apenas irritação surgia em suas manifestações. Alguém na puberdade, a jovem exagerada que nunca viu os seus desejos passarem. Uma doente terminal que apenas abraçava enquanto era desejada por homens e mulheres.
Muito adulta para trocar figurinhas com adolescentes, muito carnal para não se entregar quando tivesse oportunidade. Sonhava e tinha pesadelos, não tinha era tolice em seus pensamentos para tratar de suas naturais neuroses. Tinha certezas, tinha conhecimento, o que não tinha era medo de ser tudo o que disse que nunca seria.
Foi vegetariana, ariana, freudiana e até judia quando se interessou por um judeu. Mal sabia qual era a decisão certa que deveria tomar, apenas discutia sobre qualquer assunto. Imaginem só, uma mulher, uma totalidade de ideias e gestos.
Completamente escondida atrás das cortinas, amplamente exposta quando exagerava na dose. Quando convivia representava um enorme risco para os costumes vigentes, quando se isolava era chamada para retornar ao convívio. Estava no escurinho do cinema, no acender das luzes, não estava era em seu próprio templo interior tão impulsivo.
Páginas era pouco, livros era pouco, tudo parecia pouco para o seu estado elevado de imaginação. Queria superar linhas, queria superar limites. Tudo em seu coração, tudo em sua mente, nada sobre o seu controle.
Uma mistura de canções e café da tarde, de drogas e doenças terminais. Sem segurança em falar de tudo o que aconteceu, sem confiança no futuro. Apenas nuvens negras, apenas um branco que se refletia no preto.
Apenas um novo que se refletia em sua janela, apenas um velho que enquanto morria seria a causa de sua morte. Jovem, linda, experiente, parceira de outras mulheres. Não era apenas uma prova de seus próprios atos impensados.
De nada lhe adiantavam títulos acadêmicos, um dia não tinha e todos lhe prometiam, um dia não tinha e refrescava os seus pensamentos através do sexo. De nada lhe adiantava o trabalho, um dia não tinha e seus familiares lhe sustentavam, um dia amava e seus amores morreram quando a jovem estava pronta para compartilhar dinheiro, para compartilhar o seu tempo com quem sempre lhe foi especial. De nada lhe adiantava a velhice, filhos nasceram para o mundo e a depressão seria o prêmio do diabo demasiadamente humano que lhe segurava no sono.
Um dia tudo terá fim, sendo que suas maravilhas nunca existiram em seus momentos de tristeza. O tempo lhe apresentava um único sentido, nem bem e nem mal, apenas um tempo presente do que estava acontecendo. Tudo poderia ser feito e muito pouco representava o que era feito.
Quando criança um alguém sem lembranças, quando adolescente um alguém de plenos prazeres, quando jovem alguém indecisa e entregue ao que existe de louco, quando adulta tudo retornando como se fosse fatalmente algo além do tempo. A mulher rainha, a adolescente virgem, a experiente doente. Apenas uma ferida que amortecia através das drogas e a arte era uma droga.
Quanta alegria e quanta tristeza, tudo na jovem, tudo nos livros, tudo nos curtos romances que se faziam em poemas. Uma cientista que em sua totalidade se mostrava frágil, uma mulher que depois dos trinta anos queria suicídio. É que na realidade em cada fuga, um pouco da vida deixava.
Em seus gestos faltava coragem, sendo que para vencer os seus inimigos era preciso morrer. Ironizar com o corpo para explodir com o espírito. Falar com mortos e trair os vivos, fazer tudo o que não é direito aos olhos comuns.
Que jovem terrível, que mulher sensual. Profunda e arrogante, suave e superficial. Sem saltos, sem sono, apenas uma entrega angelical sem mesmo acreditar diariamente no invisível da razão.
Escritor Joacir Dal Sotto .'.
Cura Mental e Espiritual "Mestre Divino"​ .'.
* Trecho autorizado pela editora, o livro completo será lançado em agosto de 2016.
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