Realismo Fantástico

Esse texto surgiu em decorrência de um sonho, cujo conteúdo permaneceu martelando em minha mente durante alguns anos, até que explodiu como um vulcão revelando suas entranhas.

Nesse sonho, caminho por uma calçada, a margem de uma movimentada rodovia na entrada de uma grande cidade, quando reparo na abertura de um muro alto e comprido, cheio de trepadeiras cobrindo totalmente suas paredes. Curioso, digo aos familiares que estão comigo, que vou espiar o que tem ali, que podem ir seguindo e depois os alcanço adiante.

Mas, quando adentro aquela abertura, desparecem todas as fronteiras, não estou do lado de dentro, nem do de fora.

Atônito, percebo a integração desse lugar sem limites, cuja claridade define a distinção do verde do bosque, do intenso azul do céu, da translucidez das bolhas flutuantes e a brancura das alvas e longas túnicas de três personagens serenos e receptivos, dois jovens e um ancião de longas barbas brancas.

A mente em silêncio, a sensação de paz, leveza e encantamento logo é interrompida quando o ancião se dirige a mim e diz: Seja bem vindo! Meu filho.

Eu, perplexo, pergunto: Que lugar é esse?

Ele me responde afetuosamente:

Aqui é o Espelho. Pasmo, fico repetindo mentalmente Espelho... Espelho...

Um dos jovens se aproxima e após um misterioso diálogo com ele, lembrei-me que havia deixado pessoas me esperando e precisava alcançá-las.

Me despedi agradecido e quando pensei em sair, já estava do lado de fora e meus familiares caminhando no mesmo ponto em que os havia deixado. Incrível! O tempo havia parado.

Por isso escrevi "Um Mergulho no Espelho". Leiam!