O silêncio que pulsa
Escrevo o que sinto e o que vivo. Trago nas mãos a substância viçosa que me conduz às letras.
E as letras buscam a minha mão.
Águas de fogoso viço me atravessam para a terra do meu corpo e à fantasia divisível.
Minhas mãos buscam a luz que ilumina a minha seiva e se esconde no meu sangue, para madurar o sol da vida.
A paz e as palavras não podem ter fim.
Devem vestir-se de natureza e eternidade. E seguir os passos do sempre.
Por isso, canto a minha manhã e a tua pele noturna.
O teu riso gracioso e o teu encanto são a minha árvore. E o teu amor cai sobre mim, com gravidade de chuva.
Espero teus passos em minha direção, olhando a minha primavera.
Meu peito, terra de vulcões, levanta os teus sussurros de amor e a voz da chuva miúda.
Sinto o sabor do teu beijo. O silêncio que pulsa e o vinho que embriaga.
A lágrima de amor que tomba deslumbrante e silenciosa penetra a minha alma, toca os meus sentidos e faz nascer a luz de cada manhã.
Meu beijo percorre o mundo , ultrapassa os muros e alcança o teu ninho e a tua primavera.
Meu amor pode voar, atingir alturas, florir o céu e a terra, para chegar a ti, com rosas abertas
Meus olhos, devorados pela ânsia, correm como cascatas ao encontro de ti.
Um riso sigiloso e rosas emaranhadas florescem na paz da natureza e me vejo pleno.
Amo o pedaço de mim que está em ti e o tudo de ti que está em mim.
A água da vida canta o meu hino e os teus lábios beijam os meus olhos e os meus sonhos.
E respiraremos juntos nossos nomes e sobrenomes.
Até que as horas façam o nosso dia.
Até que o dia faça a nossa vida.
Até que a vida guarde no nosso coração o testemunho indelével do ontem.
Até que tenhamos rosto para sorrir, sempre - sempre.
Até que a felicidade nos dê a sintonia da vida.
Por enquanto:
Praia. Vento. Tédio.