O VENDEDOR DE CAVACO CHINÊS

Eu não sou uma pessoa exageradamente apegada ao passado. Gosto da preservação da memória, porque vejo razão em que mostremos aos filhos e netos os hábitos de uma época.

Gosto ainda dos cheiros dos perfumes, das músicas, dos jargões, das fotos antigas, da expressões verbais e não verbais que lembram o passado. E passado para mim, no bom sentido, é Itabaiana. Como é gostoso lembrar dos pequenos bosques que ladeavam o Rio Paraíba, dos bancos da Praça 24 de Maio e dos jargões de Especial, vendedor de quase tudo, mas especialmente de pitombas. Gosto da música 'instrumental' do vendedor de cavaco chinês.

Passou agora, na frente da minha casa, um vendedor de cavaco chinês. No Cristo ainda aparece essa relíquia de profissão.

A poeta Luciene Soares resiste em mudar para um apartamento e eu começo a entendê-la. Ela mantém um micro jardim com um banquinho, que lembra os das praças da nossa infância. Conserva também pequeninos 'bosques' que fazem voar a nossa imaginação para as margens do Paraíba.

Sei não, deve ser essa proximidade do Dia das Crianças. rsrs