BETO E CECÍLIA; A DESPEDIDA.

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Naquela tardinha daquele domingo tudo mudaria na vida de Cecilia. A plataforma de embarque estava quase vazia, o trem não demoraria a chegar, Cecilia estava tensa, impaciente com esta chegada, agora deixaria tudo e seguiria outros caminhos em sua vida; novos amores, novas amizades, outros ambientes de trabalho, neste momento de tanta expectativa sentia seu coração pulsar descompassadamente em seu seio de mulher que tanto conservou este romance que outrora tão harmônico, tão reciproco.

Beto neste momento sofria muito com esta separação temporária, tinha o pressentimento que com esta viaje perderia Cecilia para sempre e interrompia este amor tão puro e verdadeiro que até originou nos tempos de criança, Beto amava Cecilia de formas intensas e descontroladas. Ela sempre dizia que a qualquer hora deixaria esta cidadezinha e desapareceria para sempre, Beto nunca levou a sério, estava seguro que isso nunca aconteceria, confiava em seu amor e apostava que Cecilia nunca o deixaria por nada nesta vida tal era o amor ainda reciproco. Este rapaz quando soube da partida de sua amada ele ficou enlouquecido, nestes dias estavam em desavenças, ouve um desentendimento, Cecilia decepcionada com este prévio encerramento deste namoro, coisa corriqueira, algo que sempre acontecia, mas agora Cecilia parece que levaria a sério e estava determinada a se mudar de cidade partindo para longe.

Beto achava e até tinha certeza que ela não viajaria, não tinha coragem para esta decisão, agora já estava sabendo que nestas decisões ela esperava um vagão de passageiro neste trem que a levaria para bem distante dali. Beto ouviu o apito da locomotiva que soava um pouco longe dali. Beto sentiu um aperto em seu coração apaixonado e não suportou aquela angustia que corroía seu peito. Saiu correndo pelas ruas daquelas vilas, descendo ladeiras, atravessando os alagadiços, não se importaria com nenhum obstáculo, o que ele mais queria é impedir esta partida de sua amada Cecilia; a causadora de seu grande verdadeiro amor.

Enquanto Beto corria em direção da estação, o trem também avançava em velocidade em direção desta plataforma de embarque e desembarque, lá estava Cecilia com seu coraçãozinho contrito, apesar desta decisão relutava constantemente com seu amor existente, duas forças lutavam dentro de seu peito - devo ir ou não devo ir e voltar para os braços de Beto, mas uma opção ela determinou – vou, o amor de beto já desgastou demais vou seguir outros rumos.

Beto não ganhou a corrida com o trem, perdeu por alguns minutos; suficiente para marcar a parada naquela estação e seguir levando o verdadeiro amor de Beto talvez para sempre. Quando Beto chegava à plataforma de embarque a locomotiva já estava em movimento, Beto em relapso ainda percebeu quando Cecilia se acomodou na poltrona de passageiro e acenou com a mão dizendo adeus Beto.

Ele voltou pelo mesmo caminho que havia percorrido a pouco, agora de cabisbaixa e muito entristecido. Aquela tardinha deste domingo foi o cenário destes momentos tristes, dois corações apaixonado se separaram. A chuva fina continuou, o rosto de Beto neste momento se banhava destas águas, as lágrimas misturavam com a chuva fria e massacrante.

Antonio Herrero Portilho/19/09/2015

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 19/09/2015
Reeditado em 14/11/2016
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