Esferas do bem e do mal

Para que os sonhos sejam belos é preciso muito mais do que vontade, a coragem para agir é fundamental no processo de transformação. Um casamento precisa ser rompido quando uma das partes é errante, um casamento em nada interfere no coração de quem nasceu livre para compreender um novo universo. A arte é fonte de vida, apesar de que a morte apenas elimina o indivíduo do palco das certezas absolutas.

Todos podem conhecer e reconhecer o outro, nem todos conseguem perceber que a instabilidade repousa nos melhores artistas. A mente exige muito mais do que compreensão, é preciso um pouco de imaginação para que a energia seja movida em nome do poder que repousa dentro do coração. Para se relacionar com a sociedade é difícil, o indivíduo é posterior ao mundo e o mundo permanece intocável.

Não temos saída para os nossos problemas, estes nunca serão resolvidos por ser impossível recuperar o passado. O que podemos e devemos fazer pelo bem comum é escolhermos como uma águia escolhe o seu alimento, é dormirmos durante o dia para que na noite possamos depositar nas festas toda a aflição dos imorais. Enquanto não temos amigos que nos compreendam, é uma falsa intolerância que temos que superar diante a ordem de que a nossa vontade está sendo feita.

Apesar da sociedade anteceder ao indivíduo, apesar do homem ser posterior ao que existe de sociável, é o indivíduo uma parte intransferível que tudo consegue diante o que acredita e luta para que seja intensificado. Querem pregar na mulher e no homossexual um modelo de conduta, sendo que não existem modelos para o ego, o ego é por si mesmo algo grande ou pequeno. Passamos ao mundo tudo o que podemos, não podemos levar do mundo toda a dor, caso contrário sofreremos na mais triste solidão.

Eternamente amamos e somos amados pelo ser humano, eternamente iremos querer mais do que poder, queremos sempre um lugar tranquilo para dançar. Irritamos completamente quem não nos compõe, agradamos eternamente quem tenta aprender com as diferenças sem dizer como um tolo apenas sobre si mesmo. Não negamos o amor, o que nos prende é o amor pelos filhos, que pelo bem maior precisa romper qualquer união conjugal.

Quando o amor pelo novo encher o coração da mulher aflita de coragem é hora de fazer escolhas em nome do agora, em nome de algo que naturalmente trará perdas e ganhos. A promessa que fazemos é que não existem recompensas no amanhã, tudo o que existe está no encontro pessoal com a razão e a loucura. Que todos saibam dançar com os próprios demônios e não fiquem transtornados, fazendo de conta que o mundo é de bem e mal, tudo e todos estão além do bem e do mal, por não ser benéfico o suicídio ou a paz absoluta diante uma maldita e preconceituosa dualidade.

Escritor Joacir Dal Sotto​ .'.

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Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 13/09/2015
Código do texto: T5380457
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