UM HOMEM E TRÊS CAVALOS

Vendo a imagem daqueles três carros de altíssimo luxo apreendidos na garagem da casa de Fernando Collor, onde estavam ocultos, fiquei a imaginar: pra que serviam, se o dono não os usava, sequer foi visto em um deles, desfilando tranquilamente pelas ruas “pacificas, seguras e calmas deste país”? E não sei porque, aqueles três automóveis suntuosos, me pareceram três cavalos. Depois vi o dono daqueles três cavalos, retesar um arco (sua língua), em público para flechar quem acusara a origem das suas luxuosas e milionárias montarias, mas teve que abaixar a voz para retesar um outro arco – o da descompostura – proferindo um palavrão em rede nacional, do púlpito do Senado da República. Não teve como falar ao mesmo tempo como um ex-presidente acima de suspeitas e atacar quem o colocou sob suspeita. Nem sei porque, mas me veio à mente uma frase do Mestre dos Mestres: “O HOMEM NÃO PODE MONTAR EM DOIS CAVALOS, NEM PODE RETESAR DOIS ARCOS”