ÉRAMOS TÃO JOVENS!
Éramos tão jovens em 09 de maio de 1981. Quase meninos fundamos o Partido dos Trabalhadores em Itabaiana Paraíba, dentro da nossa busca por um mundo melhor. Foi numa época mais lúdica, em que trocamos Bertold Brecht por Leandro Gomes de Barros, para educar o povo, através do teatro. Substituímos o tempo de reflexão do pacto social, de Jean-Jacques Rousseau, pela 'evangelização' do fortalecimento dos trabalhadores.
Não somos ingênuos a ponto de imaginar que a direita se preocupe de fato com o Brasil. Em certo momento da vida do Cristo aqui pela terra, uma senhora derramou um vidro de perfume no Mestre, de grande valor, o equivalente a 300 dinheiros, ou 10 salários mínimos de hoje. Judas, que naturalmente representa os exploradores de plantão no mundo, disse está preocupado com o desperdício: "Deveria vender e dá aos pobres!" Ele era o tesoureiro e o seu interesse era roubar a bolsa.
Não se deve, entretanto, ter um olhar unidirecional. Quando pequeno, em Itabaiana Paraíba, observei que algum delegado escrevera um letreiro na sala da delegacia, de forma que os transeuntes pudessem observar: "O crime não compensa."
A tristeza de Olívio Dutra é a nossa tristeza também: "O PT caiu na vala comum dos demais partidos." A perda, entretanto, dessas ilusões não nos deve abater, mas soerguer, porque há uma vida para ser vivida.
E viver é, antes de tudo, respeitar o pacto social! O Estado de Direito é salutar! Respeitemos as instituições e mudemos as partículas da sociedade, representadas pelo nosso pensamento.
Não sejamos massa de manobra nas mãos da direita, que sempre golpeou o povo brasileiro, mas estejamos atentos para transformar o status quo que pereniza as mesmas infâmias.
E, como Dutra, utilizo-me da poética de Quintana:
"Das ilusões, meu saco de ilusões, bem cheio tive-o. Com ele ia subindo a ladeira da vida. E, no entretanto, após cada ilusão perdida... Que extraordinária sensação de alívio!"