HERÓIS E VILÕES

Heróis e vilões!

Nas revistas em quadrinhos e nos desenhos, heróis são aqueles que salvam e que libertam e que lutam incessantemente pela justiça e pela paz. Na vida, heróis são aqueles que simplesmente sorriem. Aqueles que trabalham duro o dia inteiro e ainda abraçam filhos e filhas e brincam e dormem e sofrem e sangram.

Vilões são os outros. Vilões são aqueles que subornam ou que se deixam subornar. Vilões são aqueles que lutam desesperadamente pela desordem. Vilões não sorriem, dissimulam. Vilões não trabalham. Vilões negociam, articulam, planejam. E não dormem e não sofrem e não sangram.

Mas.

Há pessoas que caminham entre um e outro lado. Por vezes parecem heróis, mas são vilões. Às vezes parecem humanos, mas são bichos.

Menina e moça. Moça e menina. Mulher. Mulher?

Homem. Atleta. Personalidade. Homem?

Anonimato e fama.

Busca pela fama. Busca pelo prazer. Dois pontos. Duas concepções. Duas vidas. Três...

Monstruosidade. Tragédia. Drama.

As emissoras de televisão e as rádios e os jornais impressos e a Internet não deixaram a população um minuto sequer sem as informações necessárias ou desnecessárias sobre o caso do goleiro Bruno. Herói ou vilão? Homem ou bicho?

Sintomático dizer que heróis forjados pela mídia deixam com que a máscara caia quando se veem encurralados pela vida. Não sabem agir. Não pensam. Não sentem. Exemplos da geração BBB. O que interessa são os flashes, os autógrafos, as festas, o troféu e o campeonato.

E no tempo das celebridades instantâneas o que se vê é a construção de uma imagem, de um produto. Não um produto qualquer, um produto altamente rentável. E marcas e cifras e outros produtos formam os acessórios, o ‘cinto de utilidades’ dos supostos heróis. Munidos do sucesso e dos equipamentos, eles se transformam em ídolos. Muitos, aliás, almejam o posto de divindade. E sentem-se acima de tudo e de todos.

Podem rosnar, bater, cuspir à vontade!

Podem ofender, mentir, ameaçar à vontade!

Podem comprar coisas e gentes à vontade!

Podem porque são vilões. Podem porque se importam exclusivamente com o que parecem ser e não pelo que, de fato, são.

Bruno: herói ou vilão? Homem ou bicho? Frustração.

Há algum tempo atrás ríamos ingenuamente de nós mesmos. Há algum tempo atrás brincávamos mais. Há algum tempo atrás os heróis eram de verdade...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 20/07/2015
Código do texto: T5317341
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